Combustíveis de novo a subir. Gasóleo já aumentou 16% este ano

Combustíveis de novo a subir. Gasóleo já aumentou 16% este ano


Cotação dos produtos petrolíferos aponta para subidas entre dois e três cêntimos por litro a partir desta segunda-feira


Os condutores que forem às bombas de gasolina a partir de hoje vão confrontar-se com preços de combustíveis mais altos. Quer a gasolina quer o gasóleo vão ser revistos em alta, mas a subida deverá ser mais pronunciada neste último caso.

O gasóleo poderá subir até três cêntimos e a gasolina deverá ficar dois cêntimos mais cara, tendo em conta a evolução da cotação do mercado de produtos petrolíferos refinados na semana passada, aliada à desvalorização do euro – como as transações de referência do petróleo e dos combustíveis se fazem em dólares, a queda da moeda europeia torna as importações mais caras.

Segundo dados da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis, o preço médio do litro de gasolina em Portugal estava em 1,42 euros no final da semana passada, ao passo que o gasóleo atingia 1,17 euros. Caso se confirmem esta segunda-feira, as subidas de dois a três cêntimos representarão um aumento do preço da gasolina de quase 10% desde o início do ano. No gasóleo, a subida irá atingir 16% face aos preços praticados há oito meses.
Embora a subida esteja sobretudo relacionada com a recuperação do petróleo, a subida da carga fiscal em fevereiro também aumentou os preços finais.

Com o Orçamento do Estado para 2016 (OE2016), o imposto sobre os produtos petrolíferos foi agravado em seis cêntimos por litro na gasolina e no gasóleo, depois de imposições de Bruxelas na redução do défice orçamental.

O governo comprometeu-se depois a fazer uma revisão trimestral do valor do ISP em função da variação do preço-base dos produtos petrolíferos. Em maio, na primeira revisão, os preços desceram um cêntimo por litro no gasóleo e na gasolina.

Na segunda e última revisão, há pouco mais de uma semana, o governo decidiu manter o valor do imposto. “O Governo decidiu não aumentar o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), mantendo as reduções aprovadas em maio. A decisão justifica-se pelo facto de a tributação da gasolina ser já muito superior à do gasóleo e, ainda, pela evolução da cotação nos últimos dias”, justificou o Ministério das Finanças em comunicado.

O gabinete de Mário Centeno acrescenta: “Seguindo a metodologia já aplicada anteriormente, o Governo deveria revogar a redução de um cêntimo na gasolina e manter a redução de ISP apenas no gasóleo rodoviário, tendo agora optado por manter o imposto inalterado em relação a ambos os combustíveis.”