É melhor assim. O “Esquadrão Suicida”, (mais um) dos grandes blockbusters de super heróis deste milénio, é um exercício que ajuda a perceber o mundo em geral. Para muitos daqueles que queriam ver a estreia de Harley Quinn (Margot Robbie) e de Deadshot (Will Smith) na grande tela, além do regresso ansiado de Joker (Jared Leto, numa versão príncipe palhaço-chulo do século XXI, brilhou pouco), a desilusão salta à vista. Depois da morte do Super-Homem, no fracassado “Batman vs Superman: AOrigem da Justiça”, quem nos poderia defender dos extraterrestres?
Os nossos “meta-humanos” que vão caçar uma feiticeira-arqueóloga (Cara Delevingne), que se fartou dos habitantes da Terra. E nestas duas horas de ação, tirando Will Smith, que continua a ser o “maior da aldeia”, e Margot Robbie – ave Robbie!, o filme poderia ter sido só sobre esta personagem – a narrativa confusa e apressada de um grupo com zero dinâmica, toda passada numa bela noite apoteótica esquizofrenicamente musicada (Rolling Stones e Skrillex?), não convence. O “The Guardian” deixou a pergunta: já não existem vilões a sério no cinema? Neste filme, ainda que o “quase” caminho de redenção procurado por este grupo possa restaurar a fé na humanidade, isso comprova-se.
Por alguma razão inventaram os vilões, e por isso é que nós gostamos deles – menos da Katana (Tatsu Yamashiro), ninguém pode gostar de alguém que fala com o espírito do marido preso numa espada. Eles são uma espécie do lado negro de uma moeda que nós não queremos virar. Não pode haver misturas entre o bem e o mal. O resultado será qualquer coisa semelhante a este filme, que até gostava de ser bom, mas não é.