Soldados da liberdade


Para além do combate direto pelo controlo de territórios e meios, onde as notícias reportam bons progressos no recuo forçado do Estado Islâmico, um outro combate se trava no dia-a-dia das nossas vilas e cidades. Um combate a que todos somos chamados.


O combate civilizacional entre a sociedade livre, aberta e tolerante e o radicalismo islâmico tem vindo subir de tom no terreno e na comunicação, multiplicando atos de barbárie e entranhando o medo no quotidiano. A globalização mediática tornou este combate planetário e envolveu nele não apenas as forças de segurança e defesa, mas todos os cidadãos. 

Para além do combate direto pelo controlo de territórios e meios, onde as notícias reportam bons progressos no recuo forçado do Estado Islâmico, um outro combate se trava no dia-a-dia das nossas vilas e cidades. Um combate a que todos somos chamados.

Somos chamados em primeiro lugar a distinguir com clareza o radicalismo islâmico profundamente condenável pelos meios que usa e pelos objetivos que professa, da enorme comunidade islâmica que no globo pratica uma das três religiões do livro, que na sua essência são religiões de concórdia e respeito pelas pessoas e pelas diferenças entre elas. 

Somos chamados, em segundo lugar, a compreender que a defesa dos nossos valores e princípios tem que ser uma prioridade e que essa prioridade tem que ter consequências nas políticas concretas. 

A União Europeia, por exemplo, tem que concretizar rapidamente a sua Política de Segurança e Defesa Comum (PESC) e aumentar a cooperação e a troca de informação, respeitando a privacidade dos indivíduos, mas explorando todo o potencial das novas tecnologias na deteção e inviabilização da ação das redes terroristas e na prevenção de atos desesperados dos designados “lobos solitários”.

Não me sinto confortável com a analogia que alguns fazem de que todos temos que ser “polícias” na sociedade emergente. Devemos respeitar e cooperar com a função que as diversas polícias terão neste processo, mas se aceitarmos uma sociedade de desconfiança, de medo e de denúncia, perderemos o combate antes mesmo de o ter travado. 

Prefiro outra analogia. Aquela que nos exorta todos a sermos soldados da sociedade aberta, livre e tolerante, praticando a tolerância, pugnando pela liberdade e continuando a viver o nosso quotidiano vencendo o medo mantendo as práticas de vida em comunidade, de trabalho e de lazer, que marcam a nossa forma de estar e de ser.

Assumir essa atitude gera dilemas. Como Pai sem bem o que significa incentivar os meus filhos a participarem no que sempre participaram e a viajar como sempre viajaram. Mas ser parte ativa de um combate pela liberdade, pela paz e pela tolerância é um imperativo de cidadania que deve estar acima de todos os calculismos. 

Continuar a viver como sempre vivemos é um risco real que alguns dos nossos concidadãos pagaram já com a própria vida. Risco maior é, no entanto, ceder à chantagem e deixar quebrar uma a uma as fontes de luz que nos trouxeram até à liberdade, à equidade e à dignidade como referências de uma sociedade que sendo imperfeita, é a nossa casa comum.

 A casa que nós, soldados da liberdade, somos chamados a defender. O nosso soldo, é podermos continuar a sermos nós. Como somos e como quisermos ser.


Soldados da liberdade


Para além do combate direto pelo controlo de territórios e meios, onde as notícias reportam bons progressos no recuo forçado do Estado Islâmico, um outro combate se trava no dia-a-dia das nossas vilas e cidades. Um combate a que todos somos chamados.


O combate civilizacional entre a sociedade livre, aberta e tolerante e o radicalismo islâmico tem vindo subir de tom no terreno e na comunicação, multiplicando atos de barbárie e entranhando o medo no quotidiano. A globalização mediática tornou este combate planetário e envolveu nele não apenas as forças de segurança e defesa, mas todos os cidadãos. 

Para além do combate direto pelo controlo de territórios e meios, onde as notícias reportam bons progressos no recuo forçado do Estado Islâmico, um outro combate se trava no dia-a-dia das nossas vilas e cidades. Um combate a que todos somos chamados.

Somos chamados em primeiro lugar a distinguir com clareza o radicalismo islâmico profundamente condenável pelos meios que usa e pelos objetivos que professa, da enorme comunidade islâmica que no globo pratica uma das três religiões do livro, que na sua essência são religiões de concórdia e respeito pelas pessoas e pelas diferenças entre elas. 

Somos chamados, em segundo lugar, a compreender que a defesa dos nossos valores e princípios tem que ser uma prioridade e que essa prioridade tem que ter consequências nas políticas concretas. 

A União Europeia, por exemplo, tem que concretizar rapidamente a sua Política de Segurança e Defesa Comum (PESC) e aumentar a cooperação e a troca de informação, respeitando a privacidade dos indivíduos, mas explorando todo o potencial das novas tecnologias na deteção e inviabilização da ação das redes terroristas e na prevenção de atos desesperados dos designados “lobos solitários”.

Não me sinto confortável com a analogia que alguns fazem de que todos temos que ser “polícias” na sociedade emergente. Devemos respeitar e cooperar com a função que as diversas polícias terão neste processo, mas se aceitarmos uma sociedade de desconfiança, de medo e de denúncia, perderemos o combate antes mesmo de o ter travado. 

Prefiro outra analogia. Aquela que nos exorta todos a sermos soldados da sociedade aberta, livre e tolerante, praticando a tolerância, pugnando pela liberdade e continuando a viver o nosso quotidiano vencendo o medo mantendo as práticas de vida em comunidade, de trabalho e de lazer, que marcam a nossa forma de estar e de ser.

Assumir essa atitude gera dilemas. Como Pai sem bem o que significa incentivar os meus filhos a participarem no que sempre participaram e a viajar como sempre viajaram. Mas ser parte ativa de um combate pela liberdade, pela paz e pela tolerância é um imperativo de cidadania que deve estar acima de todos os calculismos. 

Continuar a viver como sempre vivemos é um risco real que alguns dos nossos concidadãos pagaram já com a própria vida. Risco maior é, no entanto, ceder à chantagem e deixar quebrar uma a uma as fontes de luz que nos trouxeram até à liberdade, à equidade e à dignidade como referências de uma sociedade que sendo imperfeita, é a nossa casa comum.

 A casa que nós, soldados da liberdade, somos chamados a defender. O nosso soldo, é podermos continuar a sermos nós. Como somos e como quisermos ser.