Portugal multicultural foi campeão europeu


O jus sanguinis desta seleção é muito forte. Porque tem sangue também de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, França e outros territórios.


“Nos Estados Unidos da América, as declarações do treinador da seleção nacional (Fernando Santos) não fariam arrepiar o orgulho a ninguém. A propósito de religião e futebol.”

Padre José Tolentino Mendonça

 

Uma semana depois da vitória de Portugal no campeonato europeu de seleções de futebol, realizado em França, já começa a ser normal tirarem-se conclusões fora da caixa das emoções do futebol que tanto tem nestes dias mantido em alta os portugueses e as portuguesas. Desde logo, para além da satisfação da conquista do título de campeão europeu e da exibição da taça perante milhões de pessoas em todo o mundo (taça nunca outrora conquistada), faz todo o sentido enfatizar que foi o Portugal multicultural que foi campeão europeu de futebol. Portugal multicultural representado por portugueses, de várias idades, origens, famílias e territórios, que enquanto portugueses fizeram tudo para que o país de todos nós vencesse esta competição europeia, acompanhada mediaticamente em todo o mundo.

Do conjunto dos 23 jogadores que constituíram o nosso plantel em França, há que destacar que temos portugueses campeões nacionais em várias geografias. E, por outro lado, é justo destacarmos também que temos nos 23 campeões europeus que constituíram o nosso plantel vários que nasceram fora de Portugal. A saber, na Alemanha (Cédric Soares), no Brasil (Pepe), em Angola (William Carvalho), na Guiné-Bissau (Danilo e Éder) e em França (Adrien, Anthony Lopes e Raphael Guerreiro). Mas podíamos ir mais longe, no que diz respeito ao plantel nacional de campeões, em relação às suas origens familiares e pertença das suas famílias.

Esta vitória histórica e única para além dos feitos desportivos e futebolísticos deve fazer-nos pensar naquilo que somos enquanto povo e país, nos vários laços identitários e nos nossos sentimentos de pertença. Na nossa narrativa portuguesa de país e povo aberto ao mundo, a outros povos e a outras civilizações. E é curioso como são o futebol e o desporto que nos enchem a alma e o coração com esta rica herança multicultural. Onde o desporto e o futebol se entrecruzam com a religião, com a geografia, com a economia, com a política e com a cultura.

O jus sanguinis desta seleção é muito forte. Porque tem sangue também de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, França e outros territórios. Não foi por acaso que em vários destes países se festejou como festejou a vitória de Portugal. A vitória do Portugal multicultural e o reconhecimento do futebol como língua franca mundial. Mesmo para os intelectuais do caviar e para os parolos pimbas, o futebol é arte, cultura e instrumento de aproximação entre todos nós. Aliás, no desporto português, nos últimos dias, estamos na primeira linha. Até os astros (passe o exagero) parecem ter estado connosco na última semana, com tantas conquistas em várias modalidades desportivas. Vamos ver até quando. Para além de tudo isto, é justo destacar não só os jogadores e o treinador, Fernando Santos, e a sua equipa técnica, mas também o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, e as suas equipas. Mesmo antes de Portugal ter alcançado esta vitória, Fernando Gomes já tinha dado provas de muita competência enquanto líder do futebol nacional. Em suma, o mais importante, agora, é enfatizar a importância desta vitória para a autoestima do país e para o reforço da nossa identidade nacional. A cultura do Portugal multicultural como campeão europeu de futebol em 2016 é uma excelente notícia para Portugal e para os portugueses em geral. Como povo carente de sucessos, o povo português está de alma cheia e de orgulho exteriorizado positivamente com esta vitória, e isso é bom para Portugal.


Portugal multicultural foi campeão europeu


O jus sanguinis desta seleção é muito forte. Porque tem sangue também de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, França e outros territórios.


“Nos Estados Unidos da América, as declarações do treinador da seleção nacional (Fernando Santos) não fariam arrepiar o orgulho a ninguém. A propósito de religião e futebol.”

Padre José Tolentino Mendonça

 

Uma semana depois da vitória de Portugal no campeonato europeu de seleções de futebol, realizado em França, já começa a ser normal tirarem-se conclusões fora da caixa das emoções do futebol que tanto tem nestes dias mantido em alta os portugueses e as portuguesas. Desde logo, para além da satisfação da conquista do título de campeão europeu e da exibição da taça perante milhões de pessoas em todo o mundo (taça nunca outrora conquistada), faz todo o sentido enfatizar que foi o Portugal multicultural que foi campeão europeu de futebol. Portugal multicultural representado por portugueses, de várias idades, origens, famílias e territórios, que enquanto portugueses fizeram tudo para que o país de todos nós vencesse esta competição europeia, acompanhada mediaticamente em todo o mundo.

Do conjunto dos 23 jogadores que constituíram o nosso plantel em França, há que destacar que temos portugueses campeões nacionais em várias geografias. E, por outro lado, é justo destacarmos também que temos nos 23 campeões europeus que constituíram o nosso plantel vários que nasceram fora de Portugal. A saber, na Alemanha (Cédric Soares), no Brasil (Pepe), em Angola (William Carvalho), na Guiné-Bissau (Danilo e Éder) e em França (Adrien, Anthony Lopes e Raphael Guerreiro). Mas podíamos ir mais longe, no que diz respeito ao plantel nacional de campeões, em relação às suas origens familiares e pertença das suas famílias.

Esta vitória histórica e única para além dos feitos desportivos e futebolísticos deve fazer-nos pensar naquilo que somos enquanto povo e país, nos vários laços identitários e nos nossos sentimentos de pertença. Na nossa narrativa portuguesa de país e povo aberto ao mundo, a outros povos e a outras civilizações. E é curioso como são o futebol e o desporto que nos enchem a alma e o coração com esta rica herança multicultural. Onde o desporto e o futebol se entrecruzam com a religião, com a geografia, com a economia, com a política e com a cultura.

O jus sanguinis desta seleção é muito forte. Porque tem sangue também de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, França e outros territórios. Não foi por acaso que em vários destes países se festejou como festejou a vitória de Portugal. A vitória do Portugal multicultural e o reconhecimento do futebol como língua franca mundial. Mesmo para os intelectuais do caviar e para os parolos pimbas, o futebol é arte, cultura e instrumento de aproximação entre todos nós. Aliás, no desporto português, nos últimos dias, estamos na primeira linha. Até os astros (passe o exagero) parecem ter estado connosco na última semana, com tantas conquistas em várias modalidades desportivas. Vamos ver até quando. Para além de tudo isto, é justo destacar não só os jogadores e o treinador, Fernando Santos, e a sua equipa técnica, mas também o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, e as suas equipas. Mesmo antes de Portugal ter alcançado esta vitória, Fernando Gomes já tinha dado provas de muita competência enquanto líder do futebol nacional. Em suma, o mais importante, agora, é enfatizar a importância desta vitória para a autoestima do país e para o reforço da nossa identidade nacional. A cultura do Portugal multicultural como campeão europeu de futebol em 2016 é uma excelente notícia para Portugal e para os portugueses em geral. Como povo carente de sucessos, o povo português está de alma cheia e de orgulho exteriorizado positivamente com esta vitória, e isso é bom para Portugal.