ONU. Guterres vence primeiro voto para Secretário-Geral da organização

ONU. Guterres vence primeiro voto para Secretário-Geral da organização


António Guterres venceu a primeira votação para secretário-geral da ONU, avança a AFP.


Pelo menos para já, ficou mais perto a possibilidade de o próximo secretário-geral da ONU ser português. 

​Na primeira votação realizada esta tarde para a sucessão de Ban-Ki Monn, António Guterres ficou à frente num conjunto de doze candidatos.

Guterres conseguiu mesmo ultrapassar um dos favoritos na corrida, o ex-presidente esloveno Danilo Turk. O ex-primeiro-ministro português conseguiu destacar-se numa votação secreta realizada em Nova Iorque em que participaram os 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A votação foi feita com cada um dos 15 países a escolher entre um de três votos possíveis: "encorajar a candidatura", "desencorajar a candidatura" ou "sem opinião sobre a candidatura".

Não era suposto o resultado da votação ser público, devendo apenas os candidatos ter acesso aos votos. Mas fontes diplomáticas fizeram chegar a informação à AFP, que a divulgou no Twitter.

Não é ainda claro se haverá ou não uma segunda votação no final deste mês, uma vez que essa decisão dependeria do resultado da votação desta tarde.

A prestação de António Guterres no debate com os restantes candidatos – algo inédito no processo de seleção para o lugar de secretário-geral da ONU – terá sido fundamental para este resultado.

Até agora, tem sido dito que Guterres tem poucas hipóteses essencialmente por ser homem. Dos 12 candidatos na corrida, metade são mulheres, sendo que Ban-Ki Moon expressou já a preferência por uma candidatura no feminino que pudesse pôr pela primeira vez o mais alto cargo da ONU nas mãos de uma mulher.

Apesar disso, o forte currículo como primeiro-ministro num governo minoritário, o facto de conhecer bem a ONU por ter sido alto representante das Nações Unidas para os refugiados e as características pessoais de inteligência, capacidade de argumentação e diálogo e forte sentido diplomático fazem de Guterres um candidato com bons argumentos.

Mais: sendo português, António Guterres pode contar com o facto de a sua origem não levantar problemas a nenhum dos membros com direito de veto. Portugal tem boas relações diplomáticas com os Estados Unidos, a Rússia, a China, Reino Unido e França.