O vento até pode invadir o autódromo, mas nesta Pista não há carro que não se deixe ir. Que é igual a dizer que a ordem é para deslizar, quanto mais apertada for a curva mais está do nosso agrado. O trio é rock difuso, balançado, com um joelhos-acima-joelhos-abaixo próprio de quem mete nas guitarras algo de africano, tribo de rockeiros descomprometidos, no moderno sentido da palavra, aquele que não quer saber mas dá tudo em palco.
A loucura surge quando "Puxa", primeiro single da banda do Barreiro, nos diz que nem sempre precisamos de uma letra para fazer a festa, e esta é informal e dinâmica, ao ponto de contarem a esta audiência curta mas entusiasta que vão tocar um tema novo que ainda não tem nome.
Às tantas, Cláudio Fernandes faz a pergunta de que todos estávamos à espera: "Já apanharam algum Pokémon hoje? Consta que há por aqui dois ginásios", referência ao jogo que tem feito as maravilhas de todos os gamers deste mundo. Por aqui também se joga, pokébola vai que os Pista são difíceis de apanhar, tal é o jeito que as guitarras nos fintam.
Ao nosso lado, assim que Alex D'Alva Teixeira sobe a palco, como de costume em concertos de Pista, há quem diga: "Tem uns belos músculos, fizeram uma bela aquisição". Depois o momento alto do concerto com "Queráute" faixa do disco "Bamboleio", editado em 2015 e que tem rodado por esse país fora. Despiste para começo de segundo dia.