Ainda não se sabe se Durão Barroso, Paulo Portas e António Martins da Cruz estão disponíveis para comparecer no parlamento e dar explicações sobre o apoio dado por Portugal à guerra no Iraque.
Ao i, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Martins da Cruz diz que está fora do país e só vai decidir quando perceber o que está em causa. “Estou à espera que me enviem a carta, que julgo que o parlamento vai enviar, para saber exatamente o que é que querem”, diz o ex--ministro de Durão Barroso. Paulo Portas também está de férias e ainda não decidiu se vai corresponder à chamada.
PSD e CDS votaram contra a ida dos ex-governantes ao parlamento, mas o requerimento do PCP foi aprovado com o apoio dos socialistas e do BE. Guilherme Silva, que era líder parlamentar do PSD quando o governo de coligação PSD/CDS decidiu apoiar a invasão do Iraque, defende que esta iniciativa pretende apenas “achincalhar figuras que tiveram desempenhos nos mais altos cargos políticos”.
Em declarações ao i, o social–democrata deixa claro que “se fosse um dos visados, recusaria” comparecer. “Acho que qualquer dos visados deveria recusar ir ao parlamento. Não é por desrespeito pelo parlamento. Pelo contrário. É por um respeito superior ao parlamento que os visados devem ter a atitude de não colaborar com o achincalhamento que esta iniciativa pretende promover.”
O PCP espera que estas audições possam ser feitas com “brevidade”. Carla Cruz, deputada comunista, diz ao i que “as personalidades que tiveram responsabilidades no envolvimento de Portugal nessa guerra de agressão devem vir ao parlamento dar essas explicações e serem confrontados com o que revela o relatório Chilcot”. O PCP prefere, para já, não comentar a hesitação dos ex-governantes. Nas redes sociais, o ex-deputado do BE João Semedo defendeu que “se faltarem, o país ficará a saber da sua covardia política”.