Desemprego. Fim de apresentações quinzenais não acaba com outras obrigações

Desemprego. Fim de apresentações quinzenais não acaba com outras obrigações


Os desempregados que recebem subsídio de desemprego vão deixar de ser obrigados a ir quinzenalmente aos centros de emprego ou às juntas de freguesia, a partir de 1 de Outubro. O PS chegou a acordo com o Bloco de Esquerda sobre a medida, que deve ser aprovada na próxima semana.


Segundo avançou hoje o Público, os dois partidos entregaram um texto conjunto que substitui as apresentações quinzenais por um um “acompanhamento personalizado” dos desempregados. A discussão do diploma deverá ser discutida hoje numa reunião da Comissão de Trabalho e Segurança Social e  o objetivoé que a votação final ocorra antes do encerramento de Verão dos trabalhos parlamentares.

O jornal indica que a nova orientação para acompanhamento dos desempregados inclui a elaboração de um plano pessoal de emprego e que poderá haver sessões de procura de emprego acompanhada, sessões colectivas de carácter informativo e programas de apoio disponibilizados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, além das sessões regulares de atendimento personalizado.

Contudo, os desempregados continuam a estar sujeitos a um conjunto de deveres para não perderem o direito ao subsídio: têm de procurar trabalho de forma activa, cumprir as acções previstas no seu plano pessoal de emprego, aceitar propostas de trabalho conveniente e de comparecer no centro de emprego se forem chamados em convocatórias não peródicas.

Com esta iniciativa conjunta do PS e do BE, chega ao fim uma medida criada pelo ministro do Trabalho Vieira da Silva em 2006, no primeiro governo Sócrates, como forma de diminuir as fraudes com o subsídio do desemprego. O deputado do PS que negociou agora o novo diploma, Tiago Barbosa Ribeiro, admite que a medida de apresentação quinzenal foi “desvirtuada” e não cumpriu o seu objectivo, tornando-se "um anátema social".

José Soeiro, o deputado do BE responsável pela negociação do diploma, considera que este acordo “elimina liminarmente da lei a obrigação das humilhações quinzenais”. “É certo que há muitas outras coisas a fazer relativamente ao reforço da proteção dos desempregados. Mas esta é uma vitória do respeito pelas pessoas”, frisa, na sua página do Facebook.