Brexit. Impacto em Portugal  no curto prazo será “muito pequeno”

Brexit. Impacto em Portugal no curto prazo será “muito pequeno”


Chefe da missão do FMI em Portugal admite, porém, que no longo prazo vai depender da relação que o Reino Unido estabelecer com a UE.


O impacto macroeconómico do Brexit em Portugal vai ser "muito pequeno" no curto prazo, afirmou esta quarta-feira em Lisboa o chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal, Subir Lall.

“Falando à margem da apresentação do livro "Da crise à convergência: traçar um rumo para Portugal", editado por Subir Lall e Dmitry Gershenson, economista principal da equipa do FMI que está em Portugal, o responsável admitiu, porém, que no longo prazo esse impacto “vai depender da relação económica que o Reino Unido estabelecer com a União Europeia”.

Depois de salientar “o crescimento robusto” das exportações na área do turismo,Subir Lall defendeu que “mesmo que haja um abrandamento da procura o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) português será relativamente reduzido”.

Estas declarações contrastam com o que afirmou o ministro das Finanças, que, em entrevista ao jornal Público admitiu que a economia nacional vai crescer menos este ano.

Mário Centeno salientou que o Brexit é uma alteração que tem de ser considerada como "estrutural na envolvente da economia portuguesa" pelo impacto na União Europeia e pelas "relações fortes e diretas" que Portugal tem com o Reino Unido.

"O Reino Unido é o nosso quarto maior cliente na exportação de bens, está entre o primeiro e o segundo lugar nas exportações de serviços, portanto, a resposta óbvia é que estamos atentos a isso. Temos acompanhado, quer internamente, quer através de estudos que têm sido feitos sobre o impacto do Brexit na economia portuguesa, e esse impacto é obvio", disse o governante.

Falha de comunicação com os parceiros

"Deve ter havido falha de comunicação. Fico até um pouco baralhado sobre o facto de os parceiros sociais esperarem que eu iria estar, porque isso não foi de facto o que comunicámos no passado". Foi desta forma que Subir Lall reagiu quando questionado sobre a sua ausência na reunião de terça-feira na Concertação Social e que provocou algum mal-estar entre os parceiros sociais.

O FMI sempre disse que se trataria de uma reunião técnica", para "discutir questões específicas". "Isso foi muito claro da nossa parte", garantiu..