Soy Luna. Adeus Violetta, olá Luna

Soy Luna. Adeus Violetta, olá Luna


Depois do fenómeno “Violetta”, o Disney Channel apresenta “Soy Luna”. A assinar ambas as séries juvenis está a mesma dupla de realizadores: Jorge Nisco e MartínSaban


Se não tem filhos ou sobrinhos, o mais provável é que não faça a menor ideia do que falamos. Mas, pelo contrário, se tem crianças na sua vida, então não há dúvida de que, algures nos últimos anos, teve de lidar com uma espécie de doença chamada “Violetta”. A série atingiu um sucesso tal em Portugal que, em janeiro, a Meo Arena encheu por seis vezes com “Violetta Live”, um espetáculo que recriava em palco o que era possível ver na série, com Martina Stoessel, a Violetta, a liderar o resto do elenco.

Depois de três temporadas, e cerca de quatro anos de emissões, “Violetta” chegou ao fim – para desgosto de muitas crianças e adolescentes e alegria dos seus pais. Mas depressa o seu lugar foi tomado por “Soy Luna”, uma série sobre uma jovem que vive em Cancún, no México, onde divide o seu tempo entre a patinagem e um part time a entregar comida, mas que vê a sua vida virada do avesso quando tem de se mudar, com o resto da família, para Buenos Aires, Argentina. Longe dos amigos, encontra nos patins o seu refúgio. Com Karol Sevilla no papel de Luna, Valentina Zenere como Ámbar Benson e Michael Ronda como Simón Álvarez, a série conta ainda com um ator que transitou do elenco de “Violetta”: o italiano Ruggero Pasquarelli. “Soy Luna baseia-se fundamentalmente no amor de uns adolescentes por um desporto como a patinagem e onde podemos ver como, dia a dia, se esforçam para se superarem. E entretanto as suas vidas vão-se entrelaçando”, explica Jorge Nisco, um dos realizadores da série, que sublinha ainda que um dos focos da equipa de produção de “Soy Luna” foi refletir as problemáticas dos adolescentes, até porque “os problemas dos adolescentes são semelhantes, apesar de as sociedades serem distintas.”

Uma ideia partilhada pelo outro realizador, Martín Saban: “Ter em conta as problemáticas das sociedades de hoje é fundamental.Os problemas de hoje, os elementos de interação quotidiana… tudo isto faz parte da série. E isto é diferente numa série produzida nos anos 200, 2010 ou 2016.Ainda que existam temas universais como o amor, a amizade, os encontros e desencontros.”

Apesar destas fórmulas, a dupla, que também realizou “Violetta”, diz, no entanto, não ser detentora do segredo para o sucesso. Apenas procuram oferecer ao público todos os elementos necessários para captar o seu interesse. “Se conseguimos, o programa torna-se um êxito.” Foi o que aconteceu com “Violetta”. Ainda assim, e apesar de, para muitos, “Luna” ser vista como a nova “Violetta”, os realizadores asseguram que há grandes diferenças entre as duas séries, ainda que não neguem os ensinamento que a série lhes trouxe. “Violetta deu-nos grandes alegrias no passado. Mas hoje procuramos ainda mais, por isso precisámos de nos renovar e procurar um produto com um cunho próprio – sem descurar os valores distintivos da marca Disney, e com cuidados estéticos e artísticos na narrativa”, diz o outro realizador, Martín Saban. Uma ideia partilhada por Jorge Nisco que, no entanto, vai mais longe na definição das diferenças entre os dois seriados: “Enquanto a Violetta tinha lugar num ambiente social elevado, no qual havia nascido, e descobre a sua vocação à medida que a história avança, Luna pertence a uma classe social mais humilde – os seus pais são trabalhadores que, de alguma maneira, são forçados a viajar para Buenos Aires e trabalhar para pessoas com uma boa posição económica. Ou seja, Luna vive num mundo rodeada de luxos, mas não renuncia a sua essência.A vocação de Luna, o seu amor pela patinagem está presente desde o primeiro momento”.

Para MartínSaban, aliás, as diferenças não são apenas entre as duas séries, mas antes em relação a tudo aquilo que o Disney Channel já produziu no passado. “Nunca tínhamos produzido uma série cujo quotidiano fosse marcado pela patinagem. Neste aspeto, Luna é absolutamente renovadora. A forma de pormos em cena uma coreografia, a forma de, por exemplo, termos os personagens a andar de patins numa vereda, tudo isto muda completamente o modo de trabalho, desde a pré-produção até à rodagem.”

Em Portugal, as saudades de “Violetta” parecem ter sido ultrapassadas num piscar de olhos: logo após a estreia, em abril, a série do Disney Channel entrou de imediato para o quarto lugar da tabela da programação dos canais Pay TV, e tem-se mantido nos lugares cimeiros desta tabela.