Sicários à coca compo gatos-pingados em congresso


Os cínicos olham para os que se atrevem a construir novos caminhos e a procurar novas soluções. Alguns deles, são os de um PS agora derrotado, sedentos de poder, sempre à espera de lugares disponíveis na cartelização do Estado


Nas tragédias de Shakespeare abundam os sicários, o que é natural, se considerarmos que em sua maioria elas tratam a questão do poder.

E como invariavelmente, tudo acontece em monarquias absolutas e tempos remotos, a fórmula mais expedita que tem um personagem ambicioso para assegura o seu lugar no mundo dos poderosos, é fazer matar a um ou a vários dos seus semelhantes que se atravessem no seu desígnio.

É neste transe que aparecem os assassinos, que nas obras de Shakespeare, sempre se interrogam sobre inevitabilidade do acto, antes de “despachar” as suas vítimas.

Normalmente os assassinos das tragédias do escritor inglês, são somente dois. Por norma, quem faz perguntas é só um dos sicários, o outro não, guarda um silêncio meditabundo e com olhar indecifrável, segue a linha de raciocínio do colega de função a quem cabe, com arte retórica, promover uma série de perguntas, que levem o seu interlocutor a descobrir os conhecimentos e razões para a incumbência contratada que até esse momento desconhecia.

Um excelente exemplo desta maiêutica entre sicários é o final do primeiro acto da Ricardo III, quando aparecem os dois cortesãos assassinos. A sua missão? Matar umas crianças profundamente adormecidas, que se entrepõem na linha de sucessão.

Não são os únicos que estorvam, mas Ricardo III, que ainda se chama Glousceter, ajuíza que por algum lado á que começar.

O assassino número um mostra-se hesitante e diz algo como: “São apenas umas crianças! Não têm culpa de nada. Repugna vir assim de madrugada, degolá-los. Não fossemos nós dois, seguramente veriam a luz de um novo dia, cresceriam, chegariam a adultos, iriam enamorar-se de outras pessoas que neste momento também são crianças, e com um pouco de sorte até poderiam chegar a ser felizes”

No entanto, o assassino número dois, não é sensível a estas considerações, e o poeta neste momento em vez de criar um segundo assassino cruel e sanguinário, revela o seu génio, colocando o matador a dissertar sobre o fatal e o inevitável.

“Tens razão, porém permite-me chamar a tua atenção sobre a nossa pequenez enquanto assassinos contratados completamente prescindíveis. Se não os matamos nós, serão outros os dispostos a cortar-lhes os pescoços. Já é tarde para fazermos agora de loucos e estarmos com pruridos morais, não conduzirá a nada, nem sequer a salvar-lhes a vida. Se agora não os degolamos nós é que pagaremos, por isso deixa-te de dúvidas e prepara-te para o que viemos”.

O Congresso do Partido Socialista, foi como todos os congressos, um exercício de poder, de afirmação e consagração do poder. Mas foi também mais que um congresso de ruptura com as políticas de uma Europa desfigurada, foi o renascimento da matriz do Partido Socialista.

Um partido com alma na esquerda, transversal mas de esquerda, um partido de liberdade, um partido á sua vez de todos, mas do povo também.

E se é verdade que tudo isto também existe á direita com partidos de direita, legítimos, é nessa diferença, que alguns querem fazer crer só semântica, que tudo se desenrola e nos separa, que as forças se consolidam ou desaparecem, que os líderes se revelam ou são turno, que se mobiliza um povo ou se sequestra uma pátria.

O PS vive um ciclo de mudança, com uma nova geração que assegura o melhor do partido, onde pontificam nomes como Pedro Nuno Santos, João Galamba, Pedro Delgado Alves ou Ana Catarina Mendes, que conjuntamente com os seus homólogos no PCP e BE, são responsáveis pelo derrube de preconceitos, sectarismos e medos.

Depois de António Costa ter rompido com o arco da governação, assistimos hoje provavelmente á maior mudança de cultura e mentalidade politica após o 25 de Abril, é um segundo folego da democracia.

Os cínicos olham para os que se atrevem a construir novos caminhos e a procurar novas soluções, com a secreta esperança de que tudo falhe demonstrando assim a impossibilidade de outros modelos que não sejam os neoliberais de exploração e empobrecimento. São os que pacientemente destroem a democracia por dentro.

Alguns deles, são os de um PS agora derrotado, sedentos de poder, sempre à espera de lugares disponíveis na cartelização do Estado, nostálgicos do bloco central de interesses que pilhou o país durante décadas.  

Fizeram da conspiração uma carreira, e como sicários esperam uma oportunidade, Ferro Rodrigues na intervenção mais ideológica do congresso já os definiu, são gatos-pingados.


Sicários à coca compo gatos-pingados em congresso


Os cínicos olham para os que se atrevem a construir novos caminhos e a procurar novas soluções. Alguns deles, são os de um PS agora derrotado, sedentos de poder, sempre à espera de lugares disponíveis na cartelização do Estado


Nas tragédias de Shakespeare abundam os sicários, o que é natural, se considerarmos que em sua maioria elas tratam a questão do poder.

E como invariavelmente, tudo acontece em monarquias absolutas e tempos remotos, a fórmula mais expedita que tem um personagem ambicioso para assegura o seu lugar no mundo dos poderosos, é fazer matar a um ou a vários dos seus semelhantes que se atravessem no seu desígnio.

É neste transe que aparecem os assassinos, que nas obras de Shakespeare, sempre se interrogam sobre inevitabilidade do acto, antes de “despachar” as suas vítimas.

Normalmente os assassinos das tragédias do escritor inglês, são somente dois. Por norma, quem faz perguntas é só um dos sicários, o outro não, guarda um silêncio meditabundo e com olhar indecifrável, segue a linha de raciocínio do colega de função a quem cabe, com arte retórica, promover uma série de perguntas, que levem o seu interlocutor a descobrir os conhecimentos e razões para a incumbência contratada que até esse momento desconhecia.

Um excelente exemplo desta maiêutica entre sicários é o final do primeiro acto da Ricardo III, quando aparecem os dois cortesãos assassinos. A sua missão? Matar umas crianças profundamente adormecidas, que se entrepõem na linha de sucessão.

Não são os únicos que estorvam, mas Ricardo III, que ainda se chama Glousceter, ajuíza que por algum lado á que começar.

O assassino número um mostra-se hesitante e diz algo como: “São apenas umas crianças! Não têm culpa de nada. Repugna vir assim de madrugada, degolá-los. Não fossemos nós dois, seguramente veriam a luz de um novo dia, cresceriam, chegariam a adultos, iriam enamorar-se de outras pessoas que neste momento também são crianças, e com um pouco de sorte até poderiam chegar a ser felizes”

No entanto, o assassino número dois, não é sensível a estas considerações, e o poeta neste momento em vez de criar um segundo assassino cruel e sanguinário, revela o seu génio, colocando o matador a dissertar sobre o fatal e o inevitável.

“Tens razão, porém permite-me chamar a tua atenção sobre a nossa pequenez enquanto assassinos contratados completamente prescindíveis. Se não os matamos nós, serão outros os dispostos a cortar-lhes os pescoços. Já é tarde para fazermos agora de loucos e estarmos com pruridos morais, não conduzirá a nada, nem sequer a salvar-lhes a vida. Se agora não os degolamos nós é que pagaremos, por isso deixa-te de dúvidas e prepara-te para o que viemos”.

O Congresso do Partido Socialista, foi como todos os congressos, um exercício de poder, de afirmação e consagração do poder. Mas foi também mais que um congresso de ruptura com as políticas de uma Europa desfigurada, foi o renascimento da matriz do Partido Socialista.

Um partido com alma na esquerda, transversal mas de esquerda, um partido de liberdade, um partido á sua vez de todos, mas do povo também.

E se é verdade que tudo isto também existe á direita com partidos de direita, legítimos, é nessa diferença, que alguns querem fazer crer só semântica, que tudo se desenrola e nos separa, que as forças se consolidam ou desaparecem, que os líderes se revelam ou são turno, que se mobiliza um povo ou se sequestra uma pátria.

O PS vive um ciclo de mudança, com uma nova geração que assegura o melhor do partido, onde pontificam nomes como Pedro Nuno Santos, João Galamba, Pedro Delgado Alves ou Ana Catarina Mendes, que conjuntamente com os seus homólogos no PCP e BE, são responsáveis pelo derrube de preconceitos, sectarismos e medos.

Depois de António Costa ter rompido com o arco da governação, assistimos hoje provavelmente á maior mudança de cultura e mentalidade politica após o 25 de Abril, é um segundo folego da democracia.

Os cínicos olham para os que se atrevem a construir novos caminhos e a procurar novas soluções, com a secreta esperança de que tudo falhe demonstrando assim a impossibilidade de outros modelos que não sejam os neoliberais de exploração e empobrecimento. São os que pacientemente destroem a democracia por dentro.

Alguns deles, são os de um PS agora derrotado, sedentos de poder, sempre à espera de lugares disponíveis na cartelização do Estado, nostálgicos do bloco central de interesses que pilhou o país durante décadas.  

Fizeram da conspiração uma carreira, e como sicários esperam uma oportunidade, Ferro Rodrigues na intervenção mais ideológica do congresso já os definiu, são gatos-pingados.