Angola perde cerca de 60 mil postos de trabalho

Angola perde cerca de 60 mil postos de trabalho


Em apenas um ano, as empresas angolanas despediram mais de 60 mil trabalhadores por causa da crise que o país atravessa.


De acordo com declarações que José Severino, presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), deu à Lusa, as aéreas mais afetadas foram sobretudo a construção civil e a dos petróleos.

"Os dados são desde junho do ano passado e indicam que a crise também afetou muito o total de trabalhadores na indústria em geral", explica ainda o presidente, sem esconder, no entanto, que acredita na recuperação. "Acho que a situação vai estabilizar. Mais dois meses e já não estaremos a falar da crise, já estaremos habituados. Estaremos a trabalhar noutro nível, porque o petróleo continua a subir”, sublinhou.

Portugueses sem salário começaram a regressar

Os portugueses já viram melhores dias em Angola. Foi para conseguirem uma vida melhor que emigraram mas é por não a terem conseguido que voltam. Há vários meses que a desvalorização do kwanza e preços do petróleo não ajudam.

Com a crise em Portugal, as empresas de construção civil quiseram apostar em Angola, um mercado em expansão, e era tudo perfeito. Mas atualmente já são poucas as empresas que conseguem cumprir a promessa de uma vida melhor.

Angola era o destino ideal. Bons ordenados, ajudas de custo e em muitos casos casa paga. Muitos portugueses procuravam uma vida melhor, mais desafogada, mas tudo mudou. Agora, o país africano é um dos mais afetados pela desvalorização do petróleo e está a braços com uma crise cambial que fez florescer um intenso mercado negro de divisas. A situação agravou-se de tal forma que há meses que há quem seja abordado nos semáforos para comprar dólares e quem pague metade do salário para enviar dinheiro para o país de origem.