Secretas. Espião detido chega a Lisboa  nas próximas horas

Secretas. Espião detido chega a Lisboa nas próximas horas


Tribunal de Roma aceitou pedido das autoridades portuguesas para extradição de Carvalhão Gil.Agente chega este fim de semana a Lisboa  


O agente secreto detido em Roma há quase duas semanas chega  a Lisboa nas próximas horas. Depois de o Tribunal da Relação de Roma ter validado o pedido de extradição emitido pelas autoridades portuguesas, a operação “TopSecret” – que levou também à detenção de um espião russo suspeito de comprar documentos sensíveis da NATO ao agente secreto português – passa a estar centralizada no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Como o semanário “SOL” tinha avançado há quase uma semana, a resposta ao pedido de extradição seria breve. Fontes ligadas ao processo esperavam que a questão fosse resolvida pelos desembargadores de Roma em duas semanas e, entretanto, a Procuradoria-Geral da República já confirmou que a conclusão desse processo estará para muito breve. 

Ontem, o semanário “Expresso” noticiava que os juízes da Relação, em Itália, já tinham dado o seu aval à extradição. Essa operação está em curso e tudo indica que nas próximas horas o espião português aterre em Lisboa. 
Depois disso, caberá ao juiz de instrução IvoRosa, do Tribunal Central de Instrução Criminal, interrogar Carvalhão Gil. Além de confrontar o suspeito com os alegados crimes que terá cometido – corrupção, branqueamento de capitais, espionagem e violação de segredo de Estado – será fundamental para os procuradores João Melo e Vítor Magalhães perceber que tipo de informações o espião fez chegar às mãos de Sergey N. P.

Segundo a investigação, o agente russo terá manifestado interesse em aceder a dados sobre operações da NATO. E, apesar de a direção das secretas ter tomado medidas preventivas para evitar que o material classificado mais sensível passasse por Carvalhão Gil, os responsáveis pela investigação suspeitam de que o espião português, com uma carreira de cerca de 30 anos nas secretas, terá contado com o apoio e confiança de outros agentes dos serviços de informação para obter documentos que lhe estariam inacessíveis por ordem superior.

Ainda de acordo com a investigação, cada transação entre Carvalhão Gil e o espião russo terá resultado em pagamentos de 10 mil euros. Foi com um envelope nas mãos exatamente com esse valor que o agente português foi detido em Roma, imediatamente depois de ter passado documentos a Sergey N. P.

Sobre o aente russo pendia também um mandato de extradição, mas ainda não foi possível esclarecer se a Relação de Roma terá validado ou não esse processo. Essa medida poderá sofrer atrasos caso a defesa de Sergey. N. P. conteste a extradição, ao contrário do que aconteceu com Carvalhão Gil.