O histórico do PS Manuel Alegre vai participar no congresso do PS e reage aos que, como Francisco Assis, afirmam que o partido está prisioneiro do BE e do PCP. “Ao contrário do que foi dito por algumas pessoas, não acho que o PS esteja sequestrado pelo Bloco e pelo PCP. Pelo contrário. O PS provocou uma mudança de cultura e de soluções políticas com o apoio do PCP e do Bloco. O PS estaria sequestrado, isso sim, se depois de tudo o que se passou fizesse uma aliança com o PSD ou com a direita. Aí estaria sequestrado”, afirma ao i Manuel Alegre, considerando que as críticas internas a esta solução governativa “não têm significado”.
{relacionados}
O destacado socialista está convicto de que o acordo entre o PS e os partidos à sua esquerda representa “uma mudança muito grande. Isso trouxe de novo centralidade ao parlamento e permitiu que houvesse um leque mais vasto de soluções de governo, porque até aí a democracia estava mutilada. Ou havia uma coligação de direita ou havia um governo minoritário do PS ou havia um PS aliado à direita, e havia uma parte do eleitorado que estava fora”.
Alegre é, há muito tempo, um defensor de que o PS devia procurar alianças à esquerda e congratula-se por o partido ter conseguido “libertar-se da fatalidade de ter de estar encostado à direita. Isso era o seguro de vida da direita”. O ex-deputado socialista lembra ainda que teve um papel, “em alguns momentos”, decisivo. “Quer na vitória de Costa, quer na fundação deste governo. Houve duas pessoas que na noite das eleições falaram na necessidade de uma convergência: uma foi o Jerónimo de Sousa e a outra fui eu”, lembra Alegre, porque “há uma tendência para esquecer tudo muito rapidamente.”