Paulo Portas fez hoje a sua última intervenção na Assembleia da República. Tomou posse como deputado do CDS em 1995 e, passados mais de 20 anos – seis dos quais como governante –, garante que sai sem inimizades. “Tanto quanto tenho consciência, não deixo inimigos, nem os fiz”.
A saída já tinha sido anunciada várias vezes nos últimos meses. Ficou formalizada hoje, com um discurso em que o ex-dirigente centrista agradeceu àqueles com quem partilhou os corredores do parlamento. “Quero deixar a todos sem distinção – aos meus colegas de bancada, aos meus parceiros de governo, aos meus adversários políticos, aos funcionários diligentes desta casa, aos jornalistas, pelo seu sentido crítico –, um obrigado”.
Apesar das muitas batalhas que travou, Portas garante que as divergências se mantiveram sempre dentro das fronteiras do confronto político. E, mesmo com essas divergências – em certos casos, profundas –, admite que deixa “amigos em todas as bancadas”.
Nas mensagens de despedida, os vários partidos salientaram a cordialidade, a combatividade e, de forma geral, a forma “inovadora” como o deputado dos “sound bites” foi fazendo uso da língua portuguesa.
Também o presidente da AR, Ferro Rodrigues, desejou “as maiores felicidades” a Portas, lembrando como, “em diversos momentos, conseguiu contrariar circunstâncias adversas”.