José Gomes. O miúdo que é tão bom como Rooney

José Gomes. O miúdo que é tão bom como Rooney


O jogador do Benfica, melhor marcador do Europeu sub-17 que Portugal venceu, foi eleito como o melhor do torneio


José Gomes, o melhor marcador do Europeu sub-17 (sete golos) que decorreu no Azerbaijão – e que Portugal venceu contra a Espanha nos penáltis com o melhor ataque da prova (15 golos e um sofrido contando com a qualificação) – foi considerado o melhor jogador do torneio pela UEFA vencendo o prémio “Golden Player”.

O atleta do Benfica coloca assim o seu nome ao lado de outros craques do futebol europeu que já venceram este prémio em anos anteriores:Wayne Rooney (2002), Cesc Fábregas (2004), Toni Kroos (2006), Bojan Krkicćć(2007) ou Mario Götze (2009), são só alguns dos que receberam a mesma distinção. Sucede assim a outro português que agora joga na Ucrânia, no Dínamo de Kiev, Miguel Veloso, que venceu o prémio há treze anos, quando a seleção das quinas também se sagrou campeão europeia em Viseu precisamente contra os espanhóis.

O júnior dos encarnados  tem tido um percurso feliz – e quase sempre a jogar nos escalões acima da sua idade – em Portugal desde que chegou ao clube da Luz com apenas 13 anos – um ano depois a Federação Portuguesa de Futebol naturalizava-o. E ele foi respondendo com o que sabe fazer melhor: golos, golos e mais golos. Nos sub-15 marcou por três vezes em três partidas, passou pelos sub-16 e rapidamente chegou aos sub-17 onde está agora tendo apontado, ao todo, 12 golos em todo o Euro’16 se juntarmos a fase de qualificação.

 Nascido na Guiné Bissau, foi o empresário Vital Sauane, empresário que já antes tinha trazido o médio Zezinho para o Sporting,  a trazê-lo para cá, como conta o site “maisfutebol”. Nos iniciados apontou 25 golos logo na primeira época e 22 na segunda, tornando-se fundamental na conquista do título nacional.

Na época passada transitou para os juvenis onde fez mais 21 tentos em 26 jogos – e ajudou o seu clube a vencer mais um caneco, sendo decisivo na vitória contra o FC Porto, marcando um golo aos 84’ na penúltima jornada.

Este ano foi promovido à equipa de juniores (em 23 jogos fez 18 golos), e andou pela UEFA Youth League 2015/2016 ao lado de Renato Sanches – onde o Benfica chegou aos quartos-de-final  –  a dar seguimento à sua veia goleadora (sete golos em cinco jogos). É, afinal, um miúdo “simples e humilde” mas que encantou logo dentro e fora do campo quando chegou aos encarnados. A garantia é dada ao i pelo treinador do Benfica Renato Paiva, que treinou o jovem a época passada e que prossegue agora na fase final do campeonato de juvenis.

Para Paiva as características que saltam à vista  deste atleta são a “intuição, inteligência e mobilidade na área” que fazem com que tenha “movimentações felinas que surpreendem quem defende”. Mas também muito jeito para golos de cabeça. “Como cabeceador, nos meus 12 anos deBenfica, nunca vi nada igual, já nos iniciados se destacava.Era qualquer coisa de anormal a eficácia e a qualidade do gesto técnico”, afirma.

Há, no entanto, muito trabalho a fazer. Por exemplo, a nível da receção de bola ou em relação à finalização com os pés, Gomes ainda pode melhorar bastante.

É portanto um jogador sempre disponível, que gosta de aprender e sem grandes lesões. E compará-lo, mesmo tendo os dois posições diferentes, com o agora jogador do Bayern de Munique, outro miúdo, Renato Sanches, é possível? “Não é tão extrovertido, mais low profile, no entanto nunca treme tal como o Sanches. O Zé destaca-se pela grande auto confiança que demonstra”, remata.