Diego Simeone chegou aoAtlético de Madrid em dezembro de 2011, quando os colchoneros estavam a 21 pontos dos lugares cimeiros e acabavam de ser eliminados da Taça do Rei peloAlbacete, equipa da segunda divisão B espanhola. Mas a capacidade organizativa do argentino em montar um Atlético batalhador trouxe resultados: a Liga Europa em 2011/2012, a Supertaça europeia e a Taça doRei na época seguinte.
E em 2013/2014 chegaram mesmo a sagrar-se campeões da liga espanhola, derrotando os eternos candidatos Real Madrid e Barcelona. Agora, depois de uma primeira final da Liga dos Campeões (LC) perdida há duas temporadas contra os merengues emLisboa, querem chegar ao topo do futebol europeu, precisamente contra os mesmos adversários.
Mas será vingança? Não. “No futebol como na vida não há vinganças, há novas oportunidades”. É assim que Simeone prefere analisar a final noEstádio Giuseppe Meazza contra o Real, em entrevista ao site daUEFA. Para chegar à partida decisiva da liga milionária, oAtlético ultrapassou oBarcelona e o Bayern deMunique, “duas das três melhores equipas do mundo”. A terceira?Será a de amanhã, claro está.
Dois anos depois, o clube do argentino conta com um grupo mais jovem e com menos estrelas – sem David Villa, Arda Turan ouDiegoCosta, Thibaut Courtois, por exemplo – e que vai pisar este palco pela primeira vez. “Era um grupo muito mais maduro, este grupo é diferente, tem muito mais juventude e vai passar por isto pela primeira vez”, garante. Mas o estilo próprio de Simeone e do seu plantel – intenso, combativo, que não desiste e é solidário – abrem as portas para que o Atlético pense que desta é que vai ser.
E para se perceber que este emblema tem um “novo look”, basta olhar para a meia final que os espanhóis venceram aos bávaros: só cinco dos 18 jogadores que estiveram presentes na final da LC de 2014 é que estiveram envolvidos nesse jogo, segundo conta a Skysports.
Mas isso não retira a preparação mental e física que o Atlético teve de fazer para chegar até aqui, promessa de treinador argentino. “Eu vivo na realidade, estamos preparados para ganhar, mas não depende do que eu quero, mas sim do que nós forcemos para que as coisas venham parar ao nosso lado”, termina.
E este Atlético é mesmo uma dor de cabeça para o emblema de Cristiano Ronaldo e Zinedine Zidane. Desde a final em Lisboa que nos últimos dez dérbis os colchoneros venceram cinco vezes – quatro empates – para apenas uma vitória para oReal.
E no emblema da capital de Espanha, o craque português quer escrever mais uma linha na sua história já grandiosa. Ronaldo vai disputar a sua quarta final da LC e é dos poucos jogadores (Messi, Raúl e Eto’o) a marcar golos em dois jogos decisivos. Se fizer um terceiro, torna-se o primeiro a fazê-lo neste novo formato da competição – e atinge o recorde de golos da LC (17), que lhe pertence –, ultrapassando tambémEusébio, o único português a marcar três golos em finais europeias: neste caso na Taça dos Campeões. O madeirense volta a pisar os relvados de um país onde já perdeu uma liga milionária em 2008/09 contra o Barcelona. Só que desta vez quer um desfecho bem diferente e com um final mais feliz.