Revisão global dos sistemas de pensões vai ser discutida na concertação no segundo semestre

Revisão global dos sistemas de pensões vai ser discutida na concertação no segundo semestre


Ministério desvaloriza notícia de que está quase a pagar três milhões de pensões, mas garante que a sustentabilidade do sistema é uma preocupação fundamental do governo.


O tema da sustentabilidade da Segurança Social é “um dos pontos fundamentais” do programa do governo e a “revisão global dos sistemas de pensões” vai ser discutida em sede de Concertação Social no segundo semestre.

Foi desta forma que o gabinete do ministro Vieira da Silva reagiu à informação de que a fasquia das três milhões de pensões está quase a ser atingida, noticiada pelo jornal i esta terça-feira.

Uma das matérias que vai estar em cima é a “avaliação global” dos sistemas previdencial e de proteção social de cidadania “até 2018”, tendo em vista “opções de simplificação institucional e de simplificação da malha de prestações sociais, assegurando sempre nas medidas que dele resultem a proteção das atuais beneficiários de prestações e o reforço da eficácia global dos sistemas”.

Fonte oficial do Ministério da Segurança Social começou por destacar “as conclusões de diversos organismos da Comissão Europeia”, nomeadamente o último relatório do grupo de trabalho de Envelhecimento do Comité de Politica Económica que “apresenta sinais, no longo prazo, do respeito por Portugal dos princípios de sustentabilidade financeira e económica dos sistemas de pensões”.

A mesma fonte defendeu ainda que a sustentabilidade de longo prazo do sistema de pensões deixou “de ser preocupação central das recomendações elaboradas pela Comissão Europeia no âmbito do processo designado por Semestre Europeu, após o envio por Portugal do Programa de Estabilidade e do Programa Nacional de Reformas”.

“As novas recomendações para Portugal, apresentadas no passado dia 18 de maio, deixaram de se focar na sustentabilidade no longo prazo, ainda que seja feita referência à margem da necessidade do acompanhamento da sustentabilidade de curto e médio prazo”, salientou.

Para o Ministério liderado por Vieira da Silva, importa “priorizar” as questões relativas à promoção da natalidade, com a adoção de medidas dirigidas às crianças e jovens, designadamente através de uma reconfiguração do Abono de Família, combinada com o acesso a serviços fundamentais, como um sistema de ensino de qualidade e cuidados de saúde adequados, bem como através do alargamento da rede de creches nos grandes centros urbanos”.

A sustentabilidade do sistema de segurança social passa ainda, segundo a mesma fonte, pelo estabelecimento de planos de combate à fraude e à evasão contributiva e prestacional, “com vista a diminuir o stock da dívida e a aumentar os recursos financeiros da Segurança Social”.

Uma das medidas já em curso é a alteração do processo de declaração de remunerações à Segurança Social “reforçando a eficácia na deteção de comportamentos de subdeclaração e minimizando o risco de evasão contributiva”.

O governo pretende ainda “aperfeiçoar e tornar mais eficaz o processo de recuperação de pagamentos indevidos e reduzir o volume de prestações sociais atribuídas indevidamente, bem como flexibilizar os mecanismos de cobrança de dívida, com o aperfeiçoamento do processo de participação de dívida, a agilização dos procedimentos para pagamento e celebração de planos de pagamento, com particular enfoque na viabilização das empresas”.

Tal como o i noticiou, em abril, a Segurança Social pagou um número recorde de pensões de velhice, invalidez e sobrevivência: 2.990.373 prestações.