Está em curso uma ação inspetiva inédita aos serviços de farmácia dos hospitais públicos e privados. A iniciativa foi tornada pública pelo Infarmed, que revelou já ter inspecionado dez hospitais este ano e pretender abranger, no total, 31 instituições – cinco vezes mais do que no ano passado. Até à data, a situação mais grave foi detetada no Hospital das Caldas da Rainha, do Centro Hospitalar do Oeste. A unidade foi proibida de dispensar quimioterapia.
Os inspectores do Infarmed verificaram que não estavam garantidas as condições de segurança na preparação de medicação para quimioterapia, processo que requer manipulação de fármacos e há risco de contaminações se não for garantido um ambiente estéril.
A unidade informou que, no seguimento da ação do Infarmed, os doentes que até aqui eram seguidos nas Caldas passaram a dirigir-se a outras unidades do centro hospitalar, nomeadamente a Torres Vedras. O transporte está a ser assegurado. O centro hospitalar não se compromete com uma data para voltar a disponibilizar quimio nas Caldas, revelando estar a “estudar soluções para que, no futuro, estas não conformidades sejam resolvidas.”
O Infarmed adiantou ao i que, até ao momento, foram inspecionadas oito unidades públicas e duas privadas e adianta que o modelo de ação não permite dizer em que situação geral as encontraram, uma vez que são avaliados parâmetros em diferetes vertentes: registos, condições ambientais, regras de preparação de medicação, prazos de validade ou eventual venda ao público.
Os hospitais abrangidos estão a desenvolver planos de medidas corretivas e preventivas de não-conformidades. Questionado pelo i, o Infarmed não adiantou se houve situações remetidas à Inspeção das Atividades em Saúde ou outras entidades, dado as falhas detetadas poderem ter comprometido a segurança de doentes. “Os processos estão a correr termos, por isso neste momento não poderá ser facultada mais informação além da que já foi publicitada”, informou fonte oficial.