“O mais perturbador”, diz o juiz Sérgio Moro no acórdão da sentença, “consiste no facto de que recebeu propina inclusive enquanto estava sendo julgado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal”, no caso em que foi considerado o cabecilha do mensalão, esquema que consistia no pagamento a deputados para ver aprovada legislação do governo.
Há “registo de recebimentos pelo menos até 13/11/2013”, recorda o juiz na associação a um processo que levou Dirceu para a cadeia precisamente em novembro de 2013, com uma pena de sete anos e 11 meses que já cumpria em regime domiciliário até voltar a ser preso preventivamente no âmbito da Lava Jato.
Na condenação de hoje, que abrange outras 10 pessoas incluindo o seu irmão, antigo assessor e um ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, Dirceu é condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa no âmbito do escândalo da Lava Jato, que destapa um esquema de corrupção na maior empresa estatal do país, a Petrobras.