Manifesto contra a eutanásia arranca com 63 signatários

Manifesto contra a eutanásia arranca com 63 signatários


Prémio Pessoa Henrique Leitão, Luís Villas-Boas e Anacoreta Correia são alguns dos subscritores do manifesto “Toda a Vida Tem Dignidade”


“A eutanásia é sempre um homicídio apoiado pelo Estado ou um suicídio assistido pelo Estado.” Esta é uma das afirmações mais fortes do manifesto contra a eutanásia que começa hoje a circular na forma de petição pública.

O manifesto "Toda a Vida Tem Dignidade" foi tornado público pelo “Expresso”, que lista hoje os primeiros 63 signatários.

Entre eles surgem nomes como o historiador e Prémio Pessoa Henrique leitão,Filipe Anacoreta Correia (membro da Comissão Executiva do CDS-PP) ou Luís Villas-Boas, diretor do refúgio Aboim Ascenção.

O manifesto foi promovido pela Federação Portuguesa pela Vida. Isilda Pegado, ex-deputada social-democrata e presidente desta organização, é uma das primeiras subscritoras, junto com outros ex-deputados como António Pinheiro Torres (membro efectivo do Conselho de Jurisdição Distrital de Lisboa e suplente do Conselho Nacional, do PPD/PSD) ou Matilde Sousa Franco. 

Há representação de médicos, enfermeiros e juristas. Há ainda nomes ligados à igreja, sacerdotes ou, por exemplo, António José Sarmento, diretor do Colégio Planalto, ligado ao Opus Dei.

Os signatários consideram que, “em Portugal, são ainda insuficientes as políticas de combate à exclusão de idosos e incapacitados, os apoios concretos às famílias para suporte dos mais debilitados”.

Apelam por isso à Assembleia da República para que reforce o apoio aos idosos e incapacitados, nomeadamente a rede de cuidados continuados.

Pedem ainda aos deputados que rejeitem “toda e qualquer proposta que vá no sentido de conferir ao Estado o direito a dispor ou apoiar a eliminação de Vidas Humanas, ainda que com o alegado consentimento da pessoa”.

Esta tarde o manifesto será apresentado na Caminhada pela Vida, que sai às 15h do Largo Camões, em Lisboa.

Os deputados da AR têm neste momento em mãos uma petição pela despenalização da morte assistida, que reuniu mais de 8000 assinaturas. Para já, nenhum partido concretizou uma alteração legislativa.

A deputada socialista Maria Antónia Almeida Santos já anunciou que vai apresentar uma moção setorial a defender a despenalização, forçando assim o partido a tomar uma posição no congresso que se realiza no início de Junho.