Futebol, Fátima e festivais esgotam Lisboa e põem PSP em alerta máximo

Futebol, Fátima e festivais esgotam Lisboa e põem PSP em alerta máximo


Há uma confluência de festividades na rotunda mais famosa de Lisboa. Os hotéis esgotaram para oferecerem a melhor vista sobre os festejos e o preço dos bilhetes disparou na candonga


Há uma rivalidade nos espetáculos em Lisboa. E não se trata apenas de Sporting e Benfica, há também o Rock in Rio e até Fátima (essa mesma, cuja peregrinação do 13 de maio está a encher os hotéis um pouco pela capital). Na internet, na candonga ou entre amigos e conhecidos, há uma perspetiva de negócio em todo o lado. Se deixarmos a música e a fé de lado e nos cingirmos apenas ao futebol, a história é outra – os dois maiores clubes de Lisboa estão de mãos dadas, mas não é porque o desejem ou gostem disso, mas assim ditaram as contas do campeonato (85-83 à entrada para a derradeira jornada da liga). Mas só um pode ser campeão no domingo, o que não impediu a corrida à festa que há muito começou.

Há quem tenha reservado o Marquês (estamos a falar do Marquês de Pombal) em anos anteriores – com direito a faixa e tudo -, mas agora a cautela é muita. Segundo a Câmara Municipal de Lisboa, ninguém quis para já antecipar a festa (costuma dar azar, nos ditados populares), mas é mais por uma questão de prioridade na logística: primeiro o jogo (e a vitória), depois o champanhe.

Se o Sporting quer ficar por casa, segundo informações do clube, que pretende circunscrever os festejos ao Estádio Alvalade, o Benfica quer repetir a festa dos dois anos anteriores e tomar conta da rotunda mais famosa de Lisboa, e por isso já fez conhecer as suas pretensões. Aí, os hotéis que rodeiam o círculo pombalino estão esgotados, ou pelo menos os mais próximos do Marquês. Uma noite ali nunca baixa dos cem euros, mas há quem não hesite em guardar um sítio para descansar da tripa-forra e passar ali a noite depois da farra, ou simplesmente conseguir a melhor vista do espetáculo. É esse o caso do Hotel Fénix, Hotel Florida, Eurostars das Letras Hotel e Hotel Eduardo vii, mas este último, contactado pelo i, disse que não era por causa dos festejos do futebol mas dos religiosos, a ver com Fátima, bem como os restantes por ali abaixo, da Avenida até aos Restauradores. Os outros hotéis, mais periféricos, também estão longe de estar vazios, pelo que se antevê enchente sobre enchente.

Antes da enchente nas ruas vai haver uma no estádio (da Luz). Há muito esgotado, há quem não desista. Nem quem queira comprar, nem quem queira vender. No OLX há preços para todos os gostos, a começar nos 45 euros e a subir até ao dobro ou triplo, e aqui variam também consoante os lugares. Neste caso estamos a falar do Benfica, que joga em casa e mais perto do local da festa – logo, mais apetecível, tendo ainda o aliciante de a festa ser quase garantida, já que a equipa de Rui Vitória não depende de ninguém para tragar o 35.o título do clube. Situação diferente vive o Sporting, que viaja até Braga e está dependente do Benfica para saber se festeja ou não. Mesmo assim, o clube esperou até à última para saber em que situação iriam os adeptos sportinguistas até à Pedreira: desesperados por um bilhete para o título sem depender do Benfica ou à condição. Ficou a candonga a perder com a menor fé dos adeptos leoninos e os bilhetes (a 20, 30 e 60 euros) não deverão sofrer inflação.

Uma realidade diferente estão a experimentar os adeptos do Benfica. Há sócios que venderam os seus cartões (para o jogo) a 500 euros cada. Do Brasil, um benfiquista em São Paulo estava interessado em comprar dois bilhetes e oferecia mil euros por cada um, mas José Paulo, sócio do clube há muitos anos, preferiu ver in loco o derradeiro jogo e recusou a oferta.