Julieta, de Pedro Almodóvar
Três anos depois de “Os Amantes Passageiros”, o aclamado realizador espanhol regressa com “Julieta”, baseado numa trilogia de contos de “Runaway”, da canadiana Alice Munro. Um filme que era suposto ter sido a sua estreia na língua inglesa em que afinal as ruas de Vancouver foram substituídas pelas de Madrid. De novo Madrid, afinal este é um Almodóvar. Desta vez com referências a Portugal também e, claro, uma Julieta, em espanhol, interpretada por Emma Suárez e Adriana Ugarte, em vez de Juliet.
Café Society, de Woody Allen
Com “Café Society” a abrir mais uma edição do Cannes, Woody Allen ganha o estatuto de único realizador a ter pela terceira vez um filme seu a fazer as honras do festival. Fora da competição oficial, este seu último filme, com Kristen Stewart e Jesse Eisenberg e estreia marcada nos EUA para fevereiro, conta a história de um jovem que na década de 1930 chega a Hollywood à procura de trabalho na indústria do cinema.
100 Years, de Robert Rodriguez
Bem sabemos como pode ser desesperante o compasso de espera até conseguirmos ver um filme em sala depois da sua estreia em Cannes. Mas há esperas e esperas e para esta não há preparação possível. É que o último filme do realizador de “Sin City”, escrito por John Malkovich, tem estreia marcada para 2115. Não é engano, é mesmo o ano em que vai poder vê-lo depois de Cannes – ou melhor, o ano em que não vai poder vê-lo, porque depois vai ser fechado num cofre. O melhor é mesmo deixar recado aos seus netos.
Aquarius, de Kleber Mendonça Filho
Com “O Som ao Redor”, Kleber Mendonça Filho mostrou logo ao que vinha e foi claro que havia um lugar para si no cinema brasileiro. E talvez não só, porque depois do sucesso que foi essa sua primeira longa metragem, o realizador pernambucano marca o regresso do cinema brasileiro à competição oficial em Cannes. Em “Aquarius”, Sónia Braga interpreta Clara, uma viúva reformada que vive entre os livros e discos, na Boa Viagem, Recife.
Paterson, de Jim Jarmusch
Um filme em que Adam Driver é motorista de autocarro e escreve poemas nas horas vagas era o nosso maior desejo para esta edição de Cannes (ou para qualquer edição de qualquer festival, na verdade). Desejo melhor cumprido ainda por ser essa uma história com a assinatura de Jim Jarmusch. “Paterson”, nome do lugar onde decorre a ação, em Nova Jérsia, e da personagem interpretada por Driver, é um dos filmes mais aguardados em competição.
Rester Vertical, de Alain Guiraudie
Depois de em 2013 ter marcado presença na categoria Un Certain Regard com “ODesconhecido do Lago”, Alain Guiraudie regressa a Cannes mas direto para a competição oficial. Histórias de encontros de homens junto a um lago postas de parte, “Rester Vertical” é um drama centrado num cineasta que luta para seguir em frente no plano pessoal enquanto tenta encontrar inspiração para o seu próximo filme.
American Honey, de Andrea Arnold
Para começar, vale a pena dizer que “American Honey” é um dos três únicos filmes realizados por mulheres candidatos à Palma de Ouro nesta edição. Lugar que a britânica Andrea Arnold já provou merecer com “Red Road” (2006), “Fish Tank” (2009) e “Wuthering Heights” (2011). Em “American Honey”, a sua quarta longa, aventura-se num road movie pelo Médio Oeste americano, com Shia LaBeouf e a estreante Sasha Lane, de 19 anos, como protagonistas.
Dog Eat Dog, de Paul Schrader
Eis a redenção de Paul Schrader, é o que se escreve por todo o lado sobre este “Dog Eat Dog” protagonizado por Nicholas Cage e Willem Dafoe, depois do muito mal recebido “The Canyons” (aquele em que Lindsay Lohan contracenava com James Deen, que se escreve assim mesmo, falamos do aclamado ator porno). Se o realizador de “Taxi Driver” precisava de se redimir ou não, isso é discutível. O que se lê por todo o lado é que este seu novo filme não.
Elle, de Paul Verhoeven
Ainda agora destacado como herói independente no IndieLisboa, com uma retrospetiva integral da sua obra, quadro ao qual faltava este “Elle”, que marca o seu encontro em Cannes com Isabelle Huppert. Que assinala também a primeira vez do realizador holandês na competição oficial do festival em dez anos, o que diz muito. Sobre este filme e sobre o que tem sido a reabilitação do realizador de “Robocop” e “Instinto Fatal”.
Personal Shopper, de Olivier Assayas
O realizador que em 2014 conseguiu descolar Kristen Stewart de “Crepúsculo” em “Acima das Nuvens” (que valeu aliás à atriz um César de melhor atriz secundária no filme em que contracenava com Juliette Binoche), decidiu repetir a dose neste “Personal Shopper”, em que Stewart interpreta Maureen numa história de fantasmas que se desenrola no submundo da moda em Paris.