Tanto a gasolina como o gasóleo vão sofrer uma descida de preços já a partir de segunda-feira. A redução deverá rondar entre um a 1,5 cêntimos por cada litro. Esta ateração vai ocorrer na mesma semana em que o governo prepara-se para rever o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP).
O governo vai rever este imposto no próximo dia 12 de maio, três meses depois do aumento desta tributação. Segundo a fórmula de cálculo já avançada pelo executivo, a descida deverá ficar em torno de dois cêntimos.
O agravamento do ISP entrou em vigor a 12 de fevereiro, ainda antes do Orçamento do Estado para 2016, e penalizou os combustíveis em seis cêntimos por litro.
Apesar dos aumentos contínuos dos preços dos combustíveis verificados desde o início do ano – a gasolina já subiu 12 cêntimos e o gasóleo 11 cêntimos -, o executivo indicou que a revisão do ISP seria feita trimestralmente. A primeira está marcada para maio, seguindo-se agosto e novembro.
Contactado pelo i, o Ministério das Finanças só confirmou a data, mas não revelou em quanto é que vai ser a descida. No entanto, o ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, já tinha admitido que “partindo de um valor- -base de referência de 4,5 cêntimos por litro, poderia determinar uma alteração de um cêntimo no ISP”.
Feitas as contas, é expectável que venha a assistir-se a uma redução na ordem dos dois cêntimos tanto no preço da gasolina como no gasóleo – ainda assim, bem inferior às subidas a que temos vindo a assistir no mercado.
O preço médio de referência do litro de gasolina em Portugal é atualmente de 1,45 euros, enquanto o do gasóleo vale 1,168 euros, segundo dados da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). São máximos de agosto do ano passado.
Carga fiscal
Só nos três primeiros meses do ano, a carga fiscal representou, em média, cerca de 68% dos preços finais da gasolina 95 e 60% no gasóleo. Houve um encaixe de 610 milhões de euros para o Estado com o imposto sobre produtos petrolíferos, um aumento de 15% face a 2015. E só com o agravamento do ISP, o governo espera arrecadar 120 milhões de euros este ano.
O último relatório de Bruxelas mostra que, depois de impostos, o preço médio da gasolina e do gasóleo praticado em Portugal é dos mais elevados entre os 28 países da União Europeia. Os mesmos dados indicam também que a fiscalidade é o fator que mais pesa nos preços dos combustíveis.