Mudou o governo, mudaram as políticas, uniu-se a esquerda, que em acordo aprova a nova estratégia para o país, mais social e que quebra com a tendência neoliberal anterior, e vai daí aparece Américo Carlos a anunciar as jornadas de luta! Contra o quê?
Eu ouvi as justificações! Pelo aumento dos salários, pelo emprego com direitos, pela contratação coletiva, pelas 35 horas de trabalho semanal, pela revogação das normas gravosas da legislação laboral e por mais e melhores serviços públicos. Disse-o, não no século passado, mas no dia 1 de Maio de 2016.
Brindam-nos com intervenções do género marxista-leninista, muito zelosos dos direitos, mas há quantos anos não sabem o que é efetivamente trabalhar? É deprimente ver o bafio instalado nos aparelhos sindicais. As mesmas caras há anos, a juventude ausente (e a que vai estando vai sendo formatada), as reivindicações caducas e desajustadas à realidade dos dias de hoje.
Não entendo as jornadas de luta! A própria expressão “de luta”! Porquê a agressividade? Parecem sempre zangados os sindicalistas da CGTP! Mas com o quê? Ou com quem?!
A única razão que encontro é a necessidade de manutenção do protagonismo de um aparelho sindicalista que parece ter ficado preso num buraco temporal em Outubro de 1970.
Não há coerência nem objetividade! Luta-se porque sim e contesta-se porque não se pode estar de acordo! O meu descrédito aumentou quando fui aliciado por um sindicalista que para me convencer a ser delegado sindical me aliciou com horas de trabalho sindical! A expressão foi: Epá a gente faz aqui uma eleição à pressão e depois o meu amigo pode meter umas horinhas sindicais por semana… está ver?!
Sem generalizar, acredito que haverá sindicalistas honestos e dedicados! Mas a verdade é que a imagem do sindicalista é péssima! Por isso decrescem em associados e vai ruindo um dos pilares fundamentais da democracia. Ver as concentrações do 1º de Maio hoje em dia é quase como ver “a tarde é sua” da TVI.
Precisamos de sindicatos que lutem mas pelo desenvolvimento das empresas centrando as reivindicações na justa repartição dos ganhos de produtividade, motivando e contribuindo para a competitividade, quebrando o ciclo de desvalorização do fator trabalho.
As tantas o que querem é que isto tudo se degrade, volte um governo de direita e assim legitime “A Luta”! Alguém que avise o Arménio que o governo mudou!