O poder de compra dos portugeses cresceu lentamente (2,8%) face à média europeia, no ano passado. No entanto, o poder per capita cresceu para 6.437 euros, devido à diminuição da taxa de desemprego. A conclusão é de um estudo realizado pela GfK.
A verdade é que estes valores são inferiores ao que se verifica nos restantes países europeus. "Em 2015, a economia cresceu e o desemprego caiu na maioria dos países. Esta evolução reflete-se nos valores nominais do poder de compra que aumentaram 3,7%, em média, na União Europeia (UE), em comparação com o ano anterior. Isto permitiu que cada cidadão da UE tivesse disponível, em média, 15.948 euros para consumo, rendas, poupanças e contribuições para a reforma", revela o estudo.
O relatório diz também que é de prever manter o ritmo de solidificação do mercado do retalho durante este ano. "Para os países da UE-28 as previsões da GfK indicam um ligeiro abrandamento, com um crescimento de 1,1% (com base nos valores nominais, em euros)", acrescentando ainda que "haverá progressos especialmente positivos na Roménia (7,2%), bem como um aumento continuado nos Estados Bálticos (3,8% para 4,9%), que se aproximam gradualmente dos mercados mais maduros. Espera-se ainda boas dinâmicas nos retalhistas na Suécia (4,8%) e Espanha (3,7%). Em Portugal espera-se um volume de negócios de retalho estável (-0,3%)".
Consumo privado
O documento chama ainda a atenção para o facto de os consumidores europeus usufruíram de valores baixos no que diz respeito à energia e ao combustível, bem como a uma boa situação económica e a um aumento da riqueza privada em muitos dos países europeus analisados. Ainda assim, os principais beneficiários destas condições favoráveis foram outros setores que não o retalho.
Consequentemente, a tendência descendente da taxa de retalho no consumo privado também continuou em 2015. A taxa média da UE-28 foi de 30,4%. Apesar dos consumidores terem mais dinheiro para compras, gastam esse dinheiro predominantemente em serviços, viagens e atividades recreativas, em vez de o aplicarem no mercado retalhista. Estes gastos traduzem-se em menos dinheiro disponível para o consumo no segmento do retalho. O segmento do retalho no consumo privado, em Portugal, no ano de 2015, representou 33,4%.