Buraco das empresas públicas baixou em 1586 milhões até setembro

Buraco das empresas públicas baixou em 1586 milhões até setembro


Endividamento do setor empresarial do Estado atingiu, ainda assim, os 33,6 mil milhões de euros no final do terceiro trimestre de 2015.


O endividamento das empresas públicas atingiu os 33,6 mil milhões de euros no final de setembro de 2015, o que representa uma diminuição de 1586 milhões (-5%)  face a igual período de 2014.

De acordo com o Boletim Informativo do Setor Empresarial do Estado (SEE) relativo ao terceiro trimestre de 2015, o buraco das empresas que integram o SEE registou um agravamento de 290 milhões face ao previsto nos orçamentos das empresas públicas aprovados ou propostos.

O relatório divulgado pela Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial (UTAM) revela que os maiores desvios face à previsão dos orçamentos verificaram-se nos setores dos transportes e armazenagem (mais 1,1 mil milhões para 21,2 mil milhões), das gestoras de património (mais 363 milhões para 5,1 mil milhões) e nas empresas financeiras (mais 293,5 milhões para 4,5 mil milhões).

Em termos homólogos, as empresas de transportes e armazenagem registaram um decréscimo de endividamento no valor de 1,2 mil milhões de euros face a setembro de 2014, enquanto que as empresas financeiras reduziram o seu passivo em 307,4 milhões.

Já o endividamento das gestoras de patrimónia sofreu um agravamento de 77,3 milhões face aos primeiros nove meses do ano passado.

As empresas com o maior acréscimo de endividamento foram a Parvalorem (mais 90 milhões), e o Metro do Porto (+73).

O aumento da dívida da empresa que absorveu os ativos tóxicos do ex-BPN decorreu “da transferência do acréscimo de juros dos mútuos com a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) para a rubrica ‘financiamentos obtidos’”, lê-se no relatório.

Já em relação ao Metro do Porto, a UTAM justifica com o “recebimento de 301 milhões de euros oriundos de um empréstimo contratado junto da DGTF (57 milhões no primeiro trimestre, 209 milhões no segundo e 35 milhões no terceiro)”.

Em sentido contrário, a empresa que mais reduziu o seu nível de endividamento (em  mais de 600 milhões de euros) foi a Refer – Rede Ferroviária Nacional.

Esta descida deveu-se ao reembolso em Março de 2015 do empréstimo obrigacionista Eurobond 05/15, no montante de 600 milhões e às amortizações de empréstimos do Banco Europeu de Investimento (BEI) no montante de cerca de 25 milhões de euros.

“As amortizações de capital, acrescidas do montante de juros vencidos à data, foram cobertas por aumentos de capital estatutário realizados pelo accionista Estado no montante de 700 milhões de euros”, refere a UTAM, salientando que “adicionalmente, a empresa recorreu no segundo trimestre à contratação de um financiamento de curto prazo, no montante de 17,7 milhões”.

Por outro lado, a empresa amortizou ainda, no terceiro trimestre, parte de um empréstimo de médio longo prazo, no valor de 40,7 milhões.

No que toca aos resultados líquidos, o relatório desta entidade que funciona no Ministério das Finanças revela que no final do terceiro trimestre os prejuízos das empresas públicas ascendiam a 695,7 milhões de euros, o que traduz uma melhoria de 943,4 milhões de euros (26%) em relação a Setembro de 2014.