Vamos aos factos: o número de licenciados em Portugal, entre os 30 e os 34 anos, subiu de 12,9% em 2002 para 31,9% em 2015. Por outro lado, a taxa de abandono escolar precoce caiu de 38,5% em 2006 para 13,5% em 2015.
Os dados divulgados ontem pelo Eurostat poderiam dar margem para respirar de alivio, não estivessem ainda longe dos objetivos europeus. Embora os resultados tenham melhorado em algumas das variáveis, Portugal mantém-se como um dos países que mais distantes estão de atingir o objetivo da Europa 2020. Recorde–se que a meta da União Europeia pretende que o abandono afete menos de 10% dos adultos jovens em 2020. Neste indicador, a média da UE é de 11% em 2015, valor que compara com os 15,3% de 2006 e dá sinais de um possível cumprimento.
Por países, em 2015, a menor taxa de abandono pertencia à Croácia (2,8%), seguida da Eslovénia (5%), Chipre e Polónia com 5,3% e Lituânia com 5,5%. Do outro lado da tabela está Espanha com 20%, Malta com 19,8% e Roménia com 19,1%. Apesar dos números positivos de Portugal, que o colocam na liderança da lista de países que mais conseguiram fazer descer a taxa de abandono escolar, a nível global, o cenário não é tão positivo: apenas seis países superam os níveis nacionais de abandono escolar e, para atingir as metas a que se propôs, tem de reduzir 3,5 pontos percentuais.
Como sinal de esperança, os dados do Eurostat dão conta de que já 13 Estados-membros chegaram à meta nacional para 2020: Dinamarca, Irlanda, Grécia, França, Croácia, Itália, Chipre, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Áustria, Eslovénia e Suécia.
Mais licenciados Também os números relativos à escolarização podem dar azo a um entusiasmo inicial que não se comprova quando se faz uma comparação mais global. Apesar de, entre 2002 e 2015, a percentagem da população entre os 30 e os 34 anos com licenciatura ter aumentado de 12,9% para 31,9%, Portugal continua a apresentar números abaixo da média. Enquanto a Itália exibe a taxa mais baixa (25,3%) seguindo-se a Roménia e Malta, ambos com menos de 30%, Portugal é o sétimo da lista dos menos escolarizados.
Segundo o gabinete de estatísticas da UE, o número de licenciados aumentou, na média dos 28 Estados-membros, de 23,6% em 2002 para 38,7% em 2015, sendo o objetivo para a Europa 2020 de 40% de diplomados com idades entre os 30 e os 34 anos.
Doze Estados-membros chegaram já aos objetivos nacionais para 2020: Dinamarca, Estónia, Grécia, Chipre, Letónia, Lituânia, Hungria, Holanda, Áustria, Eslovénia, Finlândia e Suécia.