Depois da vitória estrondosa em Nova Iorque, a noite desta terça-feira voltou a dar motivos para sorrir ao republicano Donald Trump e à democrata Hillary Clinton. Foram a votos cinco estados: Pensilvânia, Rhode Island, Connectitut, Maryland e Delaware. Em todos eles Trump conseguiu resultados bem acima dos 50%.
Do lado democrata, Hillary Clinton só não conseguiu vencer em Rhole Island, onde Bernie Sanders saiu vitorioso.
E, a partir daqui, é cada vez mais visível quem vai disputar, em novembro, a presidência dos Estados Unidos.
Trump está a ganhar e em grande escala. As últimas seis vitórias foram estrondosas. Com estas vitórias decisivas, os restantes candidatos republicanos, Ted Cruz e John Kasich, veem cada vez mais longe a sua nomeação. Até matematicamente parece quase impossível.
Donald Trump conta agora com 953 delegados. Para conseguir a nomeação precisa de 1237, faltando-lhe apenas 284. Longe estão Ted Cruz com 546 e Kasich com apenas 153.
E, se do lado dos republicanos os resultados estão quase definidos apesar dos estados que ainda faltam, do lado dos democratas as contas são diferentes.
Para a nomeação são necessários 2383 delegados. Com todas as vitórias conseguidas até agora, Hillary Clinton já conta com 1650. Com menos delegados mas ainda assim não muito longe, Bernie Sanders já conseguiu 1348 – o que se explica, em parte, com a preferência democrata pelo sistema de distribuição proporcional de delegados.
Trump ao ataque O cada vez mais líder da corrida republicana aproveitou o seu discurso para atacar os rivais das primárias. “Considero que sou o presumível candidato, absolutamente. Honestamente, o senador Cruz e o governador Kasich devem abandonar a corrida”, sugeriu Trump. E, como sempre, não se esqueceu da presumível rival democrata. “A Hillary vai ser horrível, absolutamente horrível, em termos de desenvolvimento económico. Ela vai ser terrível no que toca ao emprego. Não sabe nada sobre emprego, excepto empregos para ela”, acusou.
Mais ponderada no seu discurso, Hillary Clinton optou por não atacar o adversário interno, dando até início à sedução dos seus apoiantes. “Quer apoiem o senador Sanders, ou me apoiem a mim, há muito mais coisas a unir-nos do que a separar-nos”, disse a candidata democrata.
Próximas votações O próximo estado a ir a votos é o Indiana. Aqui há pelo menos uma certeza: Kasich não ganhará neste estado. Isto porque, esta semana Ted Cruz e John Kasich anunciaram um plano para tentar derrotar Trump e, nesse sentido, foi Ted Cruz que focou a sua campanha neste estado, deixando o caminho aberto para Kasich em Oregon e Novo México.
Para que o plano destes dois republicanos resulte, é preciso que os resultados mudem drasticamente e Trump comece a perder nos próximos estados. O problema, para os anti-Trump, é que se as sondagens acertarem como tem sido a norma, de nada valerá a Ted Cruz a sua campanha uma vez que será novamente o magnata a sair vitorioso.
O próprio Trump aproveitou para gozar com os adversários. “Esta é uma vitória muito maior do que esperávamos: ganhámos em todos os cinco estados, em alguns com mais de 60%. E isto com três pessoas na disputa”, disse Trump a criticar a aliança de Kasich e Cruz. “Acho que o governador Kasich e o senador Cruz feriram-se realmente com um negócio mal feito”, acusou. Do outro lado, as sondagens também apontam para nova vitória de Clinton na próxima terça-feira, num estado que elege 57 delegados republicanos e 92 democratas.
Apenas dois estados? Na opinião de Nate Cohn do “New York Times”, Donald Trump pode estar a apenas dois estados chave da nomeação. Apesar de ter sido considerado vulnerável nos estados de Indiana e Califórnia, não é isso que as sondagens mostram. Trump vai à frente nas sondagens para os dois estados e com percentagens razoáveis. No conjunto, os dois estados somam 229 delegados republicanos (57 em Indiana e 172 na Califórnia). O vencedor conseguirá ganhar a grande maioria dos delegados que esses estados oferecem.
E, sendo estes os estados com mais delegados em jogo, se Trump sair vitorioso, é certo que será o candidato republicano a disputar a Casa Branca em novembro. Com Hillary Clinton?