Nasceu o terceiro maior banco em Angola em termos de activos: o Millennium Atlântico. A escritura de fusão do Millennium Angola e do Privado Atlântico já foi formalizada.
De acordo com o comunicado enviado esta segunda-feira pelo BCP à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), "foi outorgada a escritura de fusão do Banco Millennium Angola com o Banco Privado Atlântico".
Esta fusão vai permitir a integração das operações angolanas das duas instituições financeiras, que já têm uma parceria desde 2008, parceria esta, no entanto, que se resumia ao cruzamento de participações entre o BCP e o banco controlado pelo banqueiro angolano Carlos Silva, também vice-presidente não executivo do BCP.
O Millennium Atlântico vai passar a ser o terceiro maior banco de Angola em activos, com uma quota de 11%, o segundo em termos de crédito, com uma quota de 10% e o sexto lugar no "ranking" de depósitos com uma quota de mercado de 9%.
O BCP, que passará a ter 20% do Millennium Atlântico, concretiza assim o objectivo de reduzir a sua exposição a Angola.
Na semana passada, o presidente do BCP, Nuno Amado, revelou que o reembolso do empréstimo do Estado dependia do processo de fusão em Angola. “Dissemos que faríamos [o reembolso] logo que a fusão esteja completada. Esperamos [que isso aconteça] nas próximas duas a três semanas", afirmou Nuno Amado à margem da assembleia geral de accionistas.
Em Fevereiro, na apresentação dos resultados de 2015 do banco, o presidente do BCP afirmou que pretendia pagar até ao final deste ano os 750 milhões de euros que o banco deve ao Estado pelo empréstimo obrigacionista concedido em Junho de 2012.
"Os ‘CoCo’ [empréstimo obrigacionista] têm de ser pagos até junho de 2017 e temos a intenção de pagar este ano”, afirmou na altura.