Mudar a Escola – Fazer para Aprender e Ensinar


Falamos muito na necessidade de mudar a Escola. O certo é que isso exige alterar, modificar, transformar, converter, trocar, substituir. São sinónimos que remetem para um corte com o passado, no sentido de preparar o futuro, que supostamente nós todos desconhecemos.


A verdade é que a sociedade evoluiu, as pessoas mudaram, assim como as suas necessidades. As tecnologias fazem parte do nosso quotidiano e a informação flui em catadupa, estando disponível para todos, em formato digital, nas nossas casas e em qualquer lugar, devido à sua mobilidade. 

As crianças e jovens, que actualmente frequentam a escola, já nascidos após 1995 e já neste século, chamados Geração Z, convivem ainda com os Baby Boomers (53 a 70 anos) e com os da Geração X (33 a 53 anos), os Professores.

Estas gerações de professores, ao contrário dos seus alunos, não nasceram com o comando da TV não mão, com o joystick da consola de jogos, ecrãs interativos e com as inúmeras aplicações de jogos e de comunicação que os smartphones permitem. Para aquelas gerações, é muito difícil entender como as crianças e jovens aprendem e como vão construindo as suas aprendizagens. Ora, também é difícil para estes alunos compreenderem as exigências e as metodologias tradicionais ainda praticadas na escola. O conflito nasce e, com ele, emerge a desmotivação, o cansaço, a saturação em ambas as partes.

Uma coisa é certa: não são os alunos que vão mudar. Cabe à escola, aos professores e à sociedade essa capacidade de entender este fenómeno sociológico e de responder adequadamente às necessidades destes alunos que carecem de atenção, compreensão e de respostas adequadas à sua formação, tanto cognitiva como afetiva.

Passaram mais de 2300 anos da existência de Aristoteles (384 a.C – 322 a.C) e, já no seu tempo, ele defendia que “é fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer.” Deve-se recorrer a múltiplos processo de ensino e aprendizagem, no qual se incluem o learning-by-doing, o learning-by-using, entre outras metodologias.

Ora, estas barreiras que a tecnologia veio edificar só poderão desvanecer-se, se o professor tiver a oportunidade de ser, ele próprio, o exemplo, isto é, se ele se envolver nas suas práticas, em colaboração com os seus alunos, afastando-se de metodologias e processos tradicionais de ensino. O professor, também ele, deve envolver-se na construção dos saberes e do conhecimento, no mesmo plano dos alunos. 

Acredito também, por experiência própria, que é a necessidade que desperta as nossas múltiplas inteligências, seguindo a teoria de Howard Gardner. Como professor, enquadro-me na geração X, mas não deixei de seguir os passos dos meus alunos, dos seus interesses, das suas práticas. Foi a minha curiosidade e o meu desejo de saber mais que me levou a adotar, desde cedo, as Tecnologias, tanto na minha vida pessoal como na profissional.

Associada à necessidade veio a minha compulsiva vontade de mudar os contextos de aprendizagem, dentro e fora da sala de aula, fazendo dos meus alunos os protagonistas dos seus próprios percursos de aprendizagem, em primeiro lugar, e depois, partilhando experiências e conhecimentos com os meus colegas, através da formação, em vários domínios. Em qualquer dos casos, eu demonstrava o que fazia, como fazia e como o dizia, colocando nas mãos dos alunos e dos formandos essa mesma oportunidade de praticar, criando, construindo, fazendo, errando, para, por fim, aprender.

Em 1969, Edgar Dale, através das suas pesquisas, dizia que após duas semanas o cérebro humano consegue relembrar 10% do que leu; 20% do que ouviu; 30% do que viu; 50% do que viu e ouviu; 70% do que disse numa conversa ou debate; e 90% do que vivenciou, a partir da sua prática.

Em suma, a experiência deste educador norte-americano, conhecida como “Cone da Aprendizagem” — aqui adaptada, revela que quanto mais ativa for a participação direta das pessoas (dos alunos), melhor será a aprendizagem e mais duradoura será a retenção da informação e, inversamente, quanto mais passivo for o ensino, menor será a aprendizagem e a retenção da informação. Cabe ao professor promover aulas que promovam mais e melhores dinâmicas, com participação e envolvimento prático do aluno na construção dos seus saberes.

Se atentarmos bem, com facilidade percebemos que as práticas dos professores, geralmente  — honra seja feita às exceções —, recorrem muito pouco à duas vertentes importantes: Dizer e Fazer (90%) e ao Dizer (70%). Os alunos, para poderem compreender, relembrar, assimilar, devem ser eles próprios os construtores das suas aprendizagens.

Confesso que gostaria de ver partilhados muitos mais podcasts, vídeos, textos criativos e interativos, blogues, websites, mapas mentais, e outros conteúdos digitais criados por professores, que fossem fonte de inspiração para os seus próprios alunos.

Retomando uma velha máxima de Confúcio, “conta-me e eu esqueço. Mostra-me e eu apenas me lembro. Envolve-me e eu compreendo.” — Envolvamos os alunos, os pais e os professores para, então, compreendermos!


Mudar a Escola – Fazer para Aprender e Ensinar


Falamos muito na necessidade de mudar a Escola. O certo é que isso exige alterar, modificar, transformar, converter, trocar, substituir. São sinónimos que remetem para um corte com o passado, no sentido de preparar o futuro, que supostamente nós todos desconhecemos.


A verdade é que a sociedade evoluiu, as pessoas mudaram, assim como as suas necessidades. As tecnologias fazem parte do nosso quotidiano e a informação flui em catadupa, estando disponível para todos, em formato digital, nas nossas casas e em qualquer lugar, devido à sua mobilidade. 

As crianças e jovens, que actualmente frequentam a escola, já nascidos após 1995 e já neste século, chamados Geração Z, convivem ainda com os Baby Boomers (53 a 70 anos) e com os da Geração X (33 a 53 anos), os Professores.

Estas gerações de professores, ao contrário dos seus alunos, não nasceram com o comando da TV não mão, com o joystick da consola de jogos, ecrãs interativos e com as inúmeras aplicações de jogos e de comunicação que os smartphones permitem. Para aquelas gerações, é muito difícil entender como as crianças e jovens aprendem e como vão construindo as suas aprendizagens. Ora, também é difícil para estes alunos compreenderem as exigências e as metodologias tradicionais ainda praticadas na escola. O conflito nasce e, com ele, emerge a desmotivação, o cansaço, a saturação em ambas as partes.

Uma coisa é certa: não são os alunos que vão mudar. Cabe à escola, aos professores e à sociedade essa capacidade de entender este fenómeno sociológico e de responder adequadamente às necessidades destes alunos que carecem de atenção, compreensão e de respostas adequadas à sua formação, tanto cognitiva como afetiva.

Passaram mais de 2300 anos da existência de Aristoteles (384 a.C – 322 a.C) e, já no seu tempo, ele defendia que “é fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer.” Deve-se recorrer a múltiplos processo de ensino e aprendizagem, no qual se incluem o learning-by-doing, o learning-by-using, entre outras metodologias.

Ora, estas barreiras que a tecnologia veio edificar só poderão desvanecer-se, se o professor tiver a oportunidade de ser, ele próprio, o exemplo, isto é, se ele se envolver nas suas práticas, em colaboração com os seus alunos, afastando-se de metodologias e processos tradicionais de ensino. O professor, também ele, deve envolver-se na construção dos saberes e do conhecimento, no mesmo plano dos alunos. 

Acredito também, por experiência própria, que é a necessidade que desperta as nossas múltiplas inteligências, seguindo a teoria de Howard Gardner. Como professor, enquadro-me na geração X, mas não deixei de seguir os passos dos meus alunos, dos seus interesses, das suas práticas. Foi a minha curiosidade e o meu desejo de saber mais que me levou a adotar, desde cedo, as Tecnologias, tanto na minha vida pessoal como na profissional.

Associada à necessidade veio a minha compulsiva vontade de mudar os contextos de aprendizagem, dentro e fora da sala de aula, fazendo dos meus alunos os protagonistas dos seus próprios percursos de aprendizagem, em primeiro lugar, e depois, partilhando experiências e conhecimentos com os meus colegas, através da formação, em vários domínios. Em qualquer dos casos, eu demonstrava o que fazia, como fazia e como o dizia, colocando nas mãos dos alunos e dos formandos essa mesma oportunidade de praticar, criando, construindo, fazendo, errando, para, por fim, aprender.

Em 1969, Edgar Dale, através das suas pesquisas, dizia que após duas semanas o cérebro humano consegue relembrar 10% do que leu; 20% do que ouviu; 30% do que viu; 50% do que viu e ouviu; 70% do que disse numa conversa ou debate; e 90% do que vivenciou, a partir da sua prática.

Em suma, a experiência deste educador norte-americano, conhecida como “Cone da Aprendizagem” — aqui adaptada, revela que quanto mais ativa for a participação direta das pessoas (dos alunos), melhor será a aprendizagem e mais duradoura será a retenção da informação e, inversamente, quanto mais passivo for o ensino, menor será a aprendizagem e a retenção da informação. Cabe ao professor promover aulas que promovam mais e melhores dinâmicas, com participação e envolvimento prático do aluno na construção dos seus saberes.

Se atentarmos bem, com facilidade percebemos que as práticas dos professores, geralmente  — honra seja feita às exceções —, recorrem muito pouco à duas vertentes importantes: Dizer e Fazer (90%) e ao Dizer (70%). Os alunos, para poderem compreender, relembrar, assimilar, devem ser eles próprios os construtores das suas aprendizagens.

Confesso que gostaria de ver partilhados muitos mais podcasts, vídeos, textos criativos e interativos, blogues, websites, mapas mentais, e outros conteúdos digitais criados por professores, que fossem fonte de inspiração para os seus próprios alunos.

Retomando uma velha máxima de Confúcio, “conta-me e eu esqueço. Mostra-me e eu apenas me lembro. Envolve-me e eu compreendo.” — Envolvamos os alunos, os pais e os professores para, então, compreendermos!