Gigantes e anões


Há 40 anos a Assembleia Constituinte aprovou a Constituição que rege o actual regime. Depois disso já foi revista sete vezes, sendo as três primeiras as mais importantes. Em 1982, autorizou-se que o país não caminhasse para o marxismo; em 1989, foi como que consentido o crescimento económico e em 1992, que o país continuasse…


A questão com a Constituição é o tempo em que foi elaborada e aprovada. A Assembleia Constituinte estava limitada pelo Conselho de Revolução, que pré-preparou o texto constitucional e sujeita a forte pressão comunista. O objectivo destas forças era a imposição de um país novo e importação de uma ideologia autoritária, que só não foi mais bem sucedida devido à força eleitoral do povo. 

Há 40 anos o país político foi congelado a um momento preciso. A Constituição não se limitou a definir as linhas mestras da organização do Estado, que o permitisse adaptar-se aos novos desafios, mas à imposição da crença ideológica de alguns, cujo preço pagamos todos.

“Somos anões sentados nos ombros de gigantes”. Quem o disse foi Bernardo de Chartres, filósofo do século XII. Significa que, por muito que inove, o filósofo não deve ignorar a herança do passado sob o risco de perder o futuro. O resultado foi a profunda mudança a que a Europa assistiu e que germinava já na cabeça de homens como Bernardo, em Chartres. Às vezes devíamos pensar melhor quem são os anões e onde se encontram os verdadeiros gigantes.

Advogado
Escreve à quinta-feira uinta-


Gigantes e anões


Há 40 anos a Assembleia Constituinte aprovou a Constituição que rege o actual regime. Depois disso já foi revista sete vezes, sendo as três primeiras as mais importantes. Em 1982, autorizou-se que o país não caminhasse para o marxismo; em 1989, foi como que consentido o crescimento económico e em 1992, que o país continuasse…


A questão com a Constituição é o tempo em que foi elaborada e aprovada. A Assembleia Constituinte estava limitada pelo Conselho de Revolução, que pré-preparou o texto constitucional e sujeita a forte pressão comunista. O objectivo destas forças era a imposição de um país novo e importação de uma ideologia autoritária, que só não foi mais bem sucedida devido à força eleitoral do povo. 

Há 40 anos o país político foi congelado a um momento preciso. A Constituição não se limitou a definir as linhas mestras da organização do Estado, que o permitisse adaptar-se aos novos desafios, mas à imposição da crença ideológica de alguns, cujo preço pagamos todos.

“Somos anões sentados nos ombros de gigantes”. Quem o disse foi Bernardo de Chartres, filósofo do século XII. Significa que, por muito que inove, o filósofo não deve ignorar a herança do passado sob o risco de perder o futuro. O resultado foi a profunda mudança a que a Europa assistiu e que germinava já na cabeça de homens como Bernardo, em Chartres. Às vezes devíamos pensar melhor quem são os anões e onde se encontram os verdadeiros gigantes.

Advogado
Escreve à quinta-feira uinta-