Nadal, touro à solta no Mónaco


Quando Novak Djokovic foi eliminado no Open de Monte Carlo, Rafael Nadal estava na bancada de Imprensa do Monte Carlo Country Club a assistir.


Não se sabe se o sérvio, residente oficial do Mónaco, viu na televisão, dias depois, a consagração do espanhol.

Mas sabe-se que a semana passada trouxe um pouco de pimenta à temporada europeia de terra batida que agora começou.

Estará Djokovic mais permeável à derrota num piso em que tradicionalmente domina menos? Estará Nadal de regresso como o inquestionável “rei da terra batida”.

Ambos sabem que a guerra ganha-se em Roland Garros. Monte Carlo, tal como Madrid ou Roma, não passam de importantes batalhas. Têm o estatuto de Masters 1000 mas não são Majors. O principado não coroa. Só Paris detém o cetro.

Em Roland Garros, Nadal perseguirá “La Décima” e Djokovic buscará o seu Graal, o Grand Slam de carreira.

Mas Monte Carlo poderá ter assumido uma importância determinante para Paris.

O maiorquino, nónuplo campeão de Roland Garros, faz os seus sucessos dependerem muito mais da fé e da crença do que qualquer outro. Foi com os seus olhos que viu a falência do rival que ainda recentemente julgava quase invencível a sua história de amor com a terra monegasca renovou-se e renovou-o.

Em 2005 venceu ali o primeiro dos seus 28 títulos de Masters 1000 (recorde mundial partilhado com Djoko). Em 2008, 2010, 2011 e 2012 conquistou no Mónaco o seu primeiro título do ano e dois meses depois estava a ganhar em Roland Garros. Ora, em 2016, Monte Carlo voltou a dar-lhe o primeiro título do ano!

Rafa nunca escondeu que é o seu torneio preferido. Wimbledon foi sonho de criança; os Jogos Olímpicos, o objetivo mais raro; Roland Garros ofereceu-lhe a imortalidade, mas sofre uma pressão esmagadora; Madrid e Barcelona inundam-no com de idolatria caseira; mas é Monte Carlo que o reconforta.

“É um torneio que amo tanto, tão especial, ganhei aqui o meu primeiro (Masters 1000) e muitas vezes cheguei em dificuldades, joguei bem e saí recuperado”, disse.

O trajeto para um 9.º título em Monte Carlo não foi imaculado: enfrentou 47 pontos de break e perdeu o serviço 13 vezes, as respostas continuam curtas, a direita só funcionou bem quando precisou… não vimos o domínio de outrora.

Mas não ganhava um Masters 1000 e não derrotava um top-4 mundial em terra batida desde 2014; continua sem perder sets decisivos em Monte Carlo (9) e precisou de três sets para derrotar Murray e Monfils.

Em março de 2015 admitiu o pânico dos pontos importantes. Em abril de 2016 superou-os com a lendária fúria do touro de Manacor.

Rafa sabe que ainda não ganhou a guerra, mas em Monte Carlo venceu uma batalha brilhante.

Nadal, touro à solta no Mónaco


Quando Novak Djokovic foi eliminado no Open de Monte Carlo, Rafael Nadal estava na bancada de Imprensa do Monte Carlo Country Club a assistir.


Não se sabe se o sérvio, residente oficial do Mónaco, viu na televisão, dias depois, a consagração do espanhol.

Mas sabe-se que a semana passada trouxe um pouco de pimenta à temporada europeia de terra batida que agora começou.

Estará Djokovic mais permeável à derrota num piso em que tradicionalmente domina menos? Estará Nadal de regresso como o inquestionável “rei da terra batida”.

Ambos sabem que a guerra ganha-se em Roland Garros. Monte Carlo, tal como Madrid ou Roma, não passam de importantes batalhas. Têm o estatuto de Masters 1000 mas não são Majors. O principado não coroa. Só Paris detém o cetro.

Em Roland Garros, Nadal perseguirá “La Décima” e Djokovic buscará o seu Graal, o Grand Slam de carreira.

Mas Monte Carlo poderá ter assumido uma importância determinante para Paris.

O maiorquino, nónuplo campeão de Roland Garros, faz os seus sucessos dependerem muito mais da fé e da crença do que qualquer outro. Foi com os seus olhos que viu a falência do rival que ainda recentemente julgava quase invencível a sua história de amor com a terra monegasca renovou-se e renovou-o.

Em 2005 venceu ali o primeiro dos seus 28 títulos de Masters 1000 (recorde mundial partilhado com Djoko). Em 2008, 2010, 2011 e 2012 conquistou no Mónaco o seu primeiro título do ano e dois meses depois estava a ganhar em Roland Garros. Ora, em 2016, Monte Carlo voltou a dar-lhe o primeiro título do ano!

Rafa nunca escondeu que é o seu torneio preferido. Wimbledon foi sonho de criança; os Jogos Olímpicos, o objetivo mais raro; Roland Garros ofereceu-lhe a imortalidade, mas sofre uma pressão esmagadora; Madrid e Barcelona inundam-no com de idolatria caseira; mas é Monte Carlo que o reconforta.

“É um torneio que amo tanto, tão especial, ganhei aqui o meu primeiro (Masters 1000) e muitas vezes cheguei em dificuldades, joguei bem e saí recuperado”, disse.

O trajeto para um 9.º título em Monte Carlo não foi imaculado: enfrentou 47 pontos de break e perdeu o serviço 13 vezes, as respostas continuam curtas, a direita só funcionou bem quando precisou… não vimos o domínio de outrora.

Mas não ganhava um Masters 1000 e não derrotava um top-4 mundial em terra batida desde 2014; continua sem perder sets decisivos em Monte Carlo (9) e precisou de três sets para derrotar Murray e Monfils.

Em março de 2015 admitiu o pânico dos pontos importantes. Em abril de 2016 superou-os com a lendária fúria do touro de Manacor.

Rafa sabe que ainda não ganhou a guerra, mas em Monte Carlo venceu uma batalha brilhante.