A palavra é inglesa, o significado mundial. Hoje, comemora-se o dia da sensibilização para o fenómeno de stalking, i.e., assédio persistente. Em 2015, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) recebeu mais 104 queixas do que no ano anterior, o que perfaz um total de 445 pessoas a denunciar este tipo de perseguição só no ano passado.
Segundo explica a APAV na página de sensibilização “Levar o Stalking a Sério”, esta é uma “ forma de violência definida como um conjunto de comportamentos de assédio praticados, de forma persistente, por uma pessoa contra outra, sem que esta os deseje e/ou consinta”.
Os autores do assédio podem ser pessoas desconhecidas para a vítima, mas é mais frequente que se trate de alguém conhecido, como por exemplo antigos parceiros, amigos, vizinhos, colegas de trabalho ou ainda “alguém com quem a vítima contacte/tenha contactado no âmbito da sua profissão”.
O comportamento de quem pratica este tipo de assédio costuma iniciar-se de forma subtil e até lisonjeira para com a vítima e vai crescendo em grau de agressividade. O agressor pode até chegar a oferecer presentes ao perseguido, para além de tentar manter contacto, seja através de telefone ou correio eletrónico. Quando o stalker percebe que não está a receber correspondência por parte da vítima, inicia uma verdadeira perseguição, podendo esperar pela vítima nos sítios que esta frequenta e até entrar na casa da mesma. Em cerca de metade das situações, os perseguidores deixam “flores e animais mortos ou outras coisas obscenas em casa ou no carro da vítima”.
Segundo as informações disponibilizadas pela APAV, em 1/4 das situações de assédio persistente o stalker tenta agredir e violar a vítima e, em menos de 2% das situações, tenta mesmo matá-la.
Segundo a psicóloga Emanuela Braga à Lusa, as vítimas “são essencialmente mulheres adultas e na maior parte dos casos (75 por cento) tem ou teve um relacionamento romântico ou próximo com o stalker”.
De acordo com as indicações dadas pela APAV, os comportamentos dos agressores não devem ser subestimados ou desvalorizados, porque estas situações “raramente acabam por si”.
Assim, a APAV sugere às vítimas que lidem “ativamente com a situação, pedindo ajuda a familiares, amigos ou mesmo às autoridades policiais” e evitem “qualquer contacto com o autor dos comportamentos de assédio persistente”.