Sábado, 9 da manhã de um dia que se prevê de chuva ininterrupta. Perante este cenário pouco estimulante, sair da cama só se torna mais fácil porque quase que podemos fazer sem tirar o pijama. Afinal, o email que descrevia os passos a dar até ao ponto de encontro aconselhavam apenas roupa confortável e fato de banho.
Saco feito, cara lavada, pijam…cof cof… roupa confortável escondida pelo impermeável e seguimos rumo a Oriente. A ideia envolve sushi, é certo, mas para já o Oriente possível fica no Hotel Myriad, no Parque das Nações.
Se o programa Wellness Brunch não é totalmente novo – esta é já a terceira edição –, há uma subida de elevador que vem dar um toque de adrenalina a esta manhã de relaxe. Se até aqui, o menu incluía ioga, spa e brunch, agora, essa primeira etapa passa a acontecer no topo da Torre Vasco da Gama, apenas e só o ponto mais alto de Lisboa e, diríamos nós, um dos mais exclusivos. A 143 metros de altura, a ideia é entregar corpo e mente a um instrutor do Centro de Yoga Áshrama, que tenta fazer esquecer o nevoeiro que nos impede de ter uma das melhores vistas da cidade. É certo que, se por um lado, a chuva e o vento dão um toque de mistério à experiência, por outro, fica a vontade de experimentar o “vrksasana” – postura de árvore, que nos obriga a que o equilíbrio seja feito apenas numa perna – com o sol a bater na cara.
Depois de uma hora de ioga nas alturas, está na hora de descer não à terra, mas ao 23º andar. Aqui o difícil é escolher: há um ginásio bem equipado, uma piscina interior com vista para o rio e zona de jacuzzi, baloiços e cadeirões virados para o Tejo, uma sala de banho turco e outra de sauna. Para não perder as forças entre mergulhos e até porque é possível ficar duas horas nesta boa vida, há que debicar os frutos secos e as bebidas aromatizadas espalhadas pelas mesas de canto.
E se escolher a zona de relaxe já era uma tarefa digna de mestria, que dizer quando finalmente chegamos ao rés-do-chão, onde está espalhado um dos brunches mais completos de que há memória. Aqui há leite, croissants, pão, queijo, fruta e até panquecas na zona reservada às crianças, mas mais vezes visitada pelos pais, relata quem está habituado a assistir a este jogo de buffets. Aqui há tudo o que existe nos outros brunches e mais. Ostras da Ria Formosa, sushi e sashimi, camarão, guiosas, pratos quentes de carne e peixe, chamuças, gelados caseiros, scones, arroz doce. E os ovos? Esses são feitos na hora e, já que estamos numa de brincar aos reis, podem ser como sua majestade desejar.
Uma manhã assim, digna de coroa e manto real, custa 65 euros e acontece apenas nos últimos sábados de cada mês.