“O Sr. PM diz que quem não deve não teme, mas olhe que não parece”

“O Sr. PM diz que quem não deve não teme, mas olhe que não parece”


Foram as bofetadas prometidas pelo ex-ministro João Soares, o caso do Colégio Militar, as aparentes contradições de Mário Centeno no caso Banif, a saída do secretário de Estado da Juventude e Desporto, a contratação do melhor amigo do primeiro-ministro como consultor do Governo. Uma mão cheia de polémicas no espaço de uma semana em relação…


"O Sr. Primeiro-ministro diz que quem não deve não teme, mas olhe que não parece", sublinhou o líder da bancada do PSD, Luis Montenegro, depois de António Costa ter usado a expressão "quem não deve não teme" para explicar a decisão de formalizar através de um contrato o apoio que o seu amigo Diogo Lacerda Machado tem dado ao Executivo em dossiers como o dos lesados do BES ou da reversão da privatização da TAP.

"Trago aqui a versão a impressa [da informação que está no portal dos contratos públicos] para que não haja quaisquer dúvidas sobre o contrato", disse Costa, enquanto na bancada social-democrata se ouvia um "agora" irónico.

António Costa lembrou o trabalho de Lacerda Machado na resolução encontrada para os lesados do BES e na negociação que permitiu ao Estado voltar a ter 50% da TAP para defender a colaboração do amigo.

Em relação às polémicas que envolvem a Defesa, a secretaria de Estado da Juventude e Desporto (tutelada pela Educação) e as Finanças, o primeiro-ministro assegura que serão dados os esclarecimentos. "Os membros do Governo estão sempre disponíveis para virem cá", assegurou no debate quinzenal no Parlamento.

Montenegro atacou ainda fortemente a forma como António Costa surgiu ao lado de Alexis Tsipras na visita à Grécia desta segunda-feira, acusando o primeiro-ministro de estar a colocar-se ao mesmo nível de um país que ainda está sob ajuda financeira.

Para o PSD, o documento anti-austeridade assinado por Costa e Tsipras é uma forma de desrespeitar os sacrifícios feitos pelos portugueses.

"Qual é o ponto desta posição conjunta que o senhor deputado não subscreveria?", desafiou António Costa, defendendo que "o que era um erro era o Governo manter na União Europeia uma política submissa".