O Reino Unido (RU) anda a discutir o porquê desta divisão. E as razões vão desde a natural tendência para os mais velhos desconfiarem do que vem de fora e se tornarem nostálgicos do passado, preferindo um regresso ao país que conheceram outrora, até ao egoísmo dos que já viveram os benefícios da UE e agora nada têm a perder com a saída.
Abi Wilkinson é uma jovem colunista do “Telegraph” e sobre este assunto escreveu que ela e a sua geração já têm demasiadas dificuldades em encontrar trabalho para verem o cenário piorar ainda mais. Estes jovens não querem sofrer as consequências de uma decisão determinada meramente pelos receios vindos dos que já tiveram o proveito mas que, agora que saem do mundo do trabalho, já não querem saber.
Este assunto é muito importante porque revela, além de um egoísmo geracional latente, uma outra realidade: muitos dos mais idosos que querem o RU fora da UE com certeza que estão dispostos a ajudar os seus filhos e netos. Uma discrepância considerável que nos diz que, por muito que vejamos um país como um todo, a solidariedade, a reciprocidade existe mais entre os que são próximos. “There is no such thing as society”, já dizia aquela grande senhora.
Advogado
Escreve à quinta-feira