No ano passado, o Serviço Nacional de Saúde assegurou mais 8500 cirurgias do que no ano anterior, um aumento de 1,5%. Ao todo, os hospitais reportaram 565 773 operações, um número recorde. Desde a criação do SIGIC, trata-se de um aumento de 63%, já que em 2006, por exemplo, o Estado assegurou a realização de 345 mil operações.
Estes números incluem operações tanto nos hospitais públicos como nos hospitais convencionados ou nos que têm protocolo com o Estado para operações mais específicas. Mas tem sido à conta do aumento da atividade nas unidades públicas que o número de operações tem subido. No ano passado houve mais um incentivo: o desbloqueio de verbas para a realização de 16 mil operações adicionais, na altura justificadas pelo facto de estar a aumentar o número de inscrição para operação, mas também por haver casos mais complexos. Ainda não houve um balanço oficial desse programa de cirurgias.
Sobre as listas de espera, os últimos dados são do primeiro semestre de 2015. Na altura estavam à espera de operação 192 630 pessoas, um número que aumentou sucessivamente desde a chegada da troika, em 2011 (nesse ano, no final do primeiro semestre, havia 166 mil pessoas à espera). Em 11% dos casos ultrapassam-se os tempos médios de resposta garantida – no caso da oncologia, ultrapassam-se os prazos em 16,8% dos casos.
O Algarve tem o maior tempo de espera: em média, os doentes esperam 4,35 meses por operação. O melhor desempenho surge na região Norte, com uma espera média de 2,66 meses. A espera é maior nas especialidades de ortopedia, cirurgia geral e oftalmologia, que abrangem mais de dois terços dos doentes a aguardar cirurgia.