Um contemporâneo


A grande historiografia portuguesa tem figuras inquestionáveis, de grande prestígio mundial, e que diversas vezes aqui evoco enquanto referências que são. 


Acabo de concluir a leitura de “Racismos – Das Cruzadas ao Século xx”, de Francisco Bethencourt, em boa hora traduzido e publicado em Portugal (ed. Temas e Debates, 2015), uma obra monumental que não estava feita e graças à qual, a partir do momento em que se tornou acessível em 2013, nos EUA, nada será como dantes relativamente ao tema.

O debate informado nunca mais poderá queixar-se da falta de um estudo completo. É uma história comparada, a nível mundial, erguida na análise social, cultural, económica e política das relações coloniais a partir do momento em que as culturas e as religiões se encontram. Torna-se, assim, referência obrigatória em todos os fóruns do pensamento moderno, na formação dos estadistas, nas relações internacionais, e mais oportuna ainda no momento sombrio que o mundo vive. Muito acima de uma metódica e arrumada compilação de fontes documentais disciplinares, que por si já mereceria nota maior, é evidente também uma leitura sábia de toda a informação recolhida, colocada no lugar certo a cada passo da obra. Magnífica.

Francisco Bethencourt é o detentor da cátedra Charles Boxer, de História, no King’s College de Londres, e tem estado fora de Portugal, em voluntário e profícuo exílio durante os últimos dez anos, após os excelentes lugares que fez na direção da Biblioteca Nacional e na direção do Centro Cultural Gulbenkian, em Paris. Para lá da história-ciência, esta obra orgulha Portugal. 

Escreve à terça-feira 


Um contemporâneo


A grande historiografia portuguesa tem figuras inquestionáveis, de grande prestígio mundial, e que diversas vezes aqui evoco enquanto referências que são. 


Acabo de concluir a leitura de “Racismos – Das Cruzadas ao Século xx”, de Francisco Bethencourt, em boa hora traduzido e publicado em Portugal (ed. Temas e Debates, 2015), uma obra monumental que não estava feita e graças à qual, a partir do momento em que se tornou acessível em 2013, nos EUA, nada será como dantes relativamente ao tema.

O debate informado nunca mais poderá queixar-se da falta de um estudo completo. É uma história comparada, a nível mundial, erguida na análise social, cultural, económica e política das relações coloniais a partir do momento em que as culturas e as religiões se encontram. Torna-se, assim, referência obrigatória em todos os fóruns do pensamento moderno, na formação dos estadistas, nas relações internacionais, e mais oportuna ainda no momento sombrio que o mundo vive. Muito acima de uma metódica e arrumada compilação de fontes documentais disciplinares, que por si já mereceria nota maior, é evidente também uma leitura sábia de toda a informação recolhida, colocada no lugar certo a cada passo da obra. Magnífica.

Francisco Bethencourt é o detentor da cátedra Charles Boxer, de História, no King’s College de Londres, e tem estado fora de Portugal, em voluntário e profícuo exílio durante os últimos dez anos, após os excelentes lugares que fez na direção da Biblioteca Nacional e na direção do Centro Cultural Gulbenkian, em Paris. Para lá da história-ciência, esta obra orgulha Portugal. 

Escreve à terça-feira