Ò João Soares, bata-me a mim


Hoje de manhã, o ministro da Cultura acordou com vontade de bater nos cronistas portugueses que não gosta.


 Não foi de modas e escreveu-o numa rede social. Em duas horas, ultrapassou as cem partilhas. Sobre Augusto M. Seabra, disse: "Em 1999 prometi-lhe publicamente um par de bofetadas. Foi uma promessa que ainda não pude cumprir.", concluindo, majestosamente, "Estou a ver que tenho de o procurar, a ele e já agora ao Vasco Pulido Valente, para as salutares bofetadas. Só lhes podem fazer bem. A mim também.".

Folgo em ver tamanha energia matinal, senhor ministro!

Como sei que gosta de ajudar amigos – ou nomear irmãos maçons para direções de centros culturais – queria pedir-lhe o seguinte: por favor, bata-me a mim. Se sair nos jornais que um ministro deu porrada no Vasco Pulido Valente e no Sebastião Bugalho ao mesmo tempo, estou certo que a minha carreira dá um pulo e amanhã vou direitinho para a televisão. Peço-lhe, todavia, que se reserve a um chuto nas canelas. Ao contrário da maioria dos colunistas, ainda tenho uma cara bonita a manter.

Assim até acaba por ajudar mais um português. Já que o PS nomeou 140 amigos para a Administração Pública só levando 11 a concurso, não tem mal nenhum meter-me uma cunha, dando-me um generoso e mediático pontapé.

Gosto desta forma mais assumida de censura por parte do governo socialista. Em vez de se intimidar nos bastidores – como a mítica mensagem telefónica de António Costa ao diretor-adjunto do Expresso – assume-se logo a coação física. Depois dos Panama Papers, está mesmo a lutar-se pela transparência!

A sério, caro João Soares, por favor, bata-me a mim. Ou para cunha preciso de cartão de militante?

Ò João Soares, bata-me a mim


Hoje de manhã, o ministro da Cultura acordou com vontade de bater nos cronistas portugueses que não gosta.


 Não foi de modas e escreveu-o numa rede social. Em duas horas, ultrapassou as cem partilhas. Sobre Augusto M. Seabra, disse: "Em 1999 prometi-lhe publicamente um par de bofetadas. Foi uma promessa que ainda não pude cumprir.", concluindo, majestosamente, "Estou a ver que tenho de o procurar, a ele e já agora ao Vasco Pulido Valente, para as salutares bofetadas. Só lhes podem fazer bem. A mim também.".

Folgo em ver tamanha energia matinal, senhor ministro!

Como sei que gosta de ajudar amigos – ou nomear irmãos maçons para direções de centros culturais – queria pedir-lhe o seguinte: por favor, bata-me a mim. Se sair nos jornais que um ministro deu porrada no Vasco Pulido Valente e no Sebastião Bugalho ao mesmo tempo, estou certo que a minha carreira dá um pulo e amanhã vou direitinho para a televisão. Peço-lhe, todavia, que se reserve a um chuto nas canelas. Ao contrário da maioria dos colunistas, ainda tenho uma cara bonita a manter.

Assim até acaba por ajudar mais um português. Já que o PS nomeou 140 amigos para a Administração Pública só levando 11 a concurso, não tem mal nenhum meter-me uma cunha, dando-me um generoso e mediático pontapé.

Gosto desta forma mais assumida de censura por parte do governo socialista. Em vez de se intimidar nos bastidores – como a mítica mensagem telefónica de António Costa ao diretor-adjunto do Expresso – assume-se logo a coação física. Depois dos Panama Papers, está mesmo a lutar-se pela transparência!

A sério, caro João Soares, por favor, bata-me a mim. Ou para cunha preciso de cartão de militante?