A Amnistia Internacional (AI) alertou esta quarta-feira para uma “subida alarmante” no número de pessoas executadas em todo o mundo, com os 1.643 casos registados em 2015 a representarem uma subida de mais de 50% em relação ao ano anterior.
“É profundamente inquietante”, disse o secretário-geral Salil Shetty ao anunciar um relatório que denuncia o maior número de execuções do último quarto de século: “Nos últimos 25 anos nunca houve tantas pessoas a serem mortas por Estados em todo o mundo”.
O relatório justifica a subida com um número de execuções “sem precedentes” em três países, pois Irão, Paquistão e Arábia Saudita representam perto de 90% de todas as execuções de 2015. Na Arábia Saudita, as 158 pessoas executadas no ano passado representam um aumento de 76% face ao ano anterior.
No Irão, onde foram executadas 977 pessoas em 2015, a maioria dos condenados haviam cometido “crimes relacionados com a droga”, sublinhou o responsável da AI, alertando ainda para o facto de pelo menos quatro desses indivíduos serem menores de idade na data do crime.
Os números apresentados excluem a China, país que mantém as condenações em segredo de Estado, embora a AI acuse Pequim de ter voltado a realizar mais de mil execuções. A completar o Top 5 aparecem os Estados Unidos da América, apesar das 28 penas de morte significarem o número mais baixo desde 1991. Uma tendência acompanhada nos tribunais, já que a condenação de 52 à pena capital iguala um mínimo não atingido desde 1972.
Por outro lado, o relatório sublinha pela positiva que 2015 foi o primeiro ano em que mais de metade dos países mundiais analisados – 102 – tem excluída a possibilidade de executar um cidadão condenado. Ilhas Fiji, Madagascar, República do Congo e Suriname foram os últimos a acabar com a pena de morte – medida que a Mongolia já prometeu adotar em 2016.