NBA. Um recorde, um amor e uma traição

NBA. Um recorde, um amor e uma traição


Entre os Warriors e os Lakers há uma distância entre a paz e a guerra, a ordem e o caos, o principío e o fim


Longe vão os tempos de domínio absoluto dos Lakers na NBA (cinco títulos na primeira década do novo século). Agora, o seu lugar foi ocupado pelos Warriors, mas não de forma pacífica. Ao tumulto diário em Los Angeles, que atingiu o auge no vídeo tornado público por Russell e que abalou a equipa (já lá vamos), há a calma que reina na Califórnia e, por consequência, uma catadupa de vitórias quase a dar em recorde. Rei morto, rei posto.

Ao desaire com os Boston Celtics – a primeira derrota em casa impediu-os de igualarem as 72 vitórias consecutivas dos Chicago Bulls da temporada 1995-1996 –, os Warriors responderam da melhor forma. E ficaram ainda a cinco lançamentos de três pontos de atingir uma marca histórica e chamaram à pedra as suas maiores estrelas: Stephen Curry e Klay Thompson. Curry é o líder da NBA, tem uma média de cinco triplos por jogo, enquanto o seu companheiro é o segundo colocado nessa estatística, com 3,5 tiros de três pontos por partida. Assim, Curry chegou ao jogo com os Blazers como líder no número de triplos da sua equipa (369), seguido por Thompson (260) e pelo pivô Draymond Green (93). Dai à vitória foi uma mãozinha de triplos, triunfo certo 136-111, num registo regular que soma apenas oito derrotas na época.

Foi o 69.º triunfo e igualou as marcas dos Chicago Bulls de 1996-1997 e dos Los Angeles Lakers de 1971-1972. Por outras palavras, faltam agora apenas três vitórias para igualar e quatro para superar a marca de 72 vitórias (e dez desaires) dos Bulls de 1995-1996. Enough? Curry voltou a ser decisivo, com 39 pontos e sete assistências, com nove dos 18 triplos da formação californiana, que assim chegou aos mil pontos em triplos esta temporada, a primeira a fazê-lo numa só temporada. Outro destaque vai para Draymond Green, com 22 pontos, 10 ressaltos 10 assistências: foi o 13.º triplo-duplo da época.

Amor e traição A esta senda de vitórias, os Lakers respondem com derrotas (um registo de 16-59) no ano da despedida de Kobe Bryant. E muitas histórias de alguidar. O rookie D’Angelo Russell, isolado do grupo, foi obrigado a dar uma conferência de imprensa para tentar explicar o vídeo no qual mostra o colega de equipa Nick Young a revelar ter traído a noiva, a cantora australiana Iggy Azalea. Nick. “Sinto-me péssimo. Peço desculpas, não o posso dizer mais vezes: desculpem ter gravado o vídeo, gostaria que nunca tivesse acontecido”, contou publicamente, dizendo que não sabe como as imagens vieram para cá fora. “Sinceramente não tenho ideia como o vídeo se espalhou na net. A minha relação com o Nick é assim, brincamos muito um com o outro. Toda a gente que nos conhece sabe disso. Não tive a intenção de magoar ninguém, nem de tornar  o vídeo público. A culpa foi minha, mas foi sem intenção”.

Nick já veio falar também e tentou proteger-se. “Acho melhor D’Angelo e eu lidarmos com esta situação em privado. É algo que temos que discutir. O que aconteceu foi o que aconteceu. Nós temos que lidar com isso“, disse à ESPN.

O estranho é que, depois disto, os Lakers até ganharam. E aos Heat, por 102-100. Bryant marcou apenas um em sete, mas Jordan Clarkson fez 26 pontos e Russell foi aos 16. Claro que depois vieram os Celtics e a derrota, a 60.ª da época, por 107-100.