A experiência que vamos tendo devia ser suficiente para ficarmos elucidados sobre os objetivos, e consequências, deste género de iniciativas: distribuir dinheiro pelas empresas coniventes, que atrofiam os mercados e impedem que as melhores se desenvolvam. No entanto, as forças instaladas são poderosas e precisam de ser mantidas. A bem do interesse nacional.
Apesar de vagos, alguns objetivos são minimamente inteligíveis, e contraditórios. Vejamos este: inovação tecnológica. Para o governo, esta consegue-se dando dinheiro às empresas que inovam com aprovação governamental (também aqui, a história devia alertar--nos), mas já quando uma empresa, como a Uber, inova, o governo proíbe-a de exercer a sua atividade e dá dinheiro às empresas de táxis, suas concorrentes, que tecnologicamente não o fizeram.
Outro objetivo é combater o sobre-endividamento das empresas. Ora, este não se resolve com dinheiro, mas sim se o investimento for produtivo, aceite pelo mercado, ou seja, pelas pessoas. Algo que o governo quer contrariar. Como? Dando dinheiro para que empresas com maus investimentos continuem a fazê-los, transferindo para os outros o custo das suas más opções. Quando é que queimar dinheiro desta maneira nos fará parar e pensar um pouco?
Advogado
Escreve à quinta-feira