Matthias Müller, CEO do grupo alemão, já veio admitir que o grupo Volkswagen vai ter de enfrentar “danos financeiros substanciais”, devido à fraude detectada nos EUA há meio ano nas emissões dos motores diesel e que este escândalo irá manter a companhia ocupada “por um longo período”.
Numa reunião com os funcionários, o presidente explicou que demorará anos até perceber todas as implicações financeiras do caso. Estas afirmações surgem, numa altura em que se sabe que os procuradores alemães estão a alargar a sua investigação. Os procuradores de Brunswick, na Alemanha, estão agora a investigar 17 empregados, mais 11 do que até aqui.
Também esta semana e nos Estados Unidos, a Volkswagen foi intimada pelo Departamento de Justiça norte-americano apoiado numa lei sobre fraude bancária. A justiça norte-americana admite processar a Volkswagen até 46 mil milhões de dólares (cerca de 42 mil milhões de euros) por violação de leis ambientais. Ainda não está prevista nenhuma solução técnica para o meio milhão de carros afectados naquele país, depois do chumbo do regulador à primeira proposta.
Aliás, a necessidade de saber a dimensão dos danos sobre os resultados de 2015 levou a Volkswagen AG a adiar a apresentação destes para 28 de abril. Nessa altura, poderá ser anunciado um reforço da verba prevista para fazer face aos custos de todo o processo – entre reparações, processos judiciais de clientes e de autoridades, potenciais indemnizações e multas.
Recorde-se que, o fabricante alemão enfrenta investigações em todo o mundo, depois de ter admitido, em setembro do ano passado, ter instalado "software" manipulador das emissões de óxido de azoto (NOx) em 11 milhões de carros a gasóleo.