Taça. Braço-de-ferro entre FC Porto e Sp. Braga entra no 6.º round

Taça. Braço-de-ferro entre FC Porto e Sp. Braga entra no 6.º round


O Jamor vai ser tela de um filme já antes visto. Os minhotos procuram o segundo final feliz, numa história que tem no dragão o maior vilão


O duelo de quarta-feira com o Gil Vicente, na segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, fica para a história do FC Porto. Nem tanto pelo resultado (2-0), mas sobretudo pela fraca assistência dos adeptos. A pior casa de sempre no Dragão (4.863 pessoas), desde o primeiro jogo oficial em fevereiro de 2014, confirmou o regresso dos azuis e brancos ao Jamor cinco anos depois da conquista do último troféu na prova.

O dado estatístico tem ainda maior interesse se tivermos em atenção que o anterior recorde negativo foi registado na era Paulo Fonseca, frente ao Estoril de Marco Silva (2-1), também para a Taça, com 10.507 adeptos nas bancadas. Hoje no Minho, ao serviço do Sp. Braga, o mesmo treinador volta a ser uma dor de cabeça para o FC Porto: pegou numa equipa destroçada pela conquista falhada na última época (derrota dramática com o Sporting nos penáltis) e levou-a pelo segundo ano consecutivo à final da prova rainha do futebol português. O reencontro com os antigos patrões, a 22 de maio no Estádio Nacional, é inevitável.

Duelo de estreias no banco Não há como o negar: este é um feito único para os minhotos, que depois de despacharem o Rio Ave (1-0 na eliminatória), procuram na sexta vez que chegam à final – será a terceira com o FC Porto como adversário –, repetir a proeza de 1965/66, quando Miguel Perrichon, Juvenal ou Bino levantaram o único exemplar da Taça nas galerias do clube.

Mais experientes nestas andanças, os dragões já vão na 29.ª presença (o Benfica lidera com 35 participações, o Sporting tem 27) e procuram garantir o 17.º troféu. Este é, aliás, um título que pode evitar uma época desastrosa na Invicta, uma vez que a luta pelo campeonato parece uma missão cada vez mais espinhosa.

O mesmo não se pode dizer do Sp. Braga, a única equipa em Portugal que se pode dar ao luxo de chegar a esta altura da época a disputar todas as competições: Liga Europa (oitavos), Taça da Liga (meias-finais), Taça de Portugal (final) e ainda com uma palavra a dizer na 1.ª Liga (a calculadora diz que ainda é matematicamente possível chegar ao 1.º lugar).

Ingredientes que apimentam ainda mais um confronto que não será inédito no Jamor. Menos no banco de suplentes, já que tanto Paulo Fonseca como José Peseiro são estreantes. Dragões e minhotos já se encontraram por duas vezes no Estádio Nacional, e em outras três finais se alargarmos a análise a todas as competições, e a estatística comprova o favoritismo azul e branco: quatro triunfos em cinco duelos decisivos.

18 de maio de 1977 O FC Porto de José Maria Pedroto deixa pelo caminho o Académico de Viseu, Alba, Montijo, Aliados Lordelo, Sporting e Fafe e defronta pela primeira vez no Jamor o Sp. Braga, na altura treinado por Mário Lino. Um golo de Fernando Gomes (o Bibota) aos 54’ foi suficiente para arrumar a questão.

24 de Maio de 1998 21 anos depois, as duas equipas voltam a encontrar-se na final da Taça. E o desfecho foi idêntico (3-1). Aloísio, Mário Jardel e Artur fizeram os golos da vitória para os dragões de António Oliveira. Sílvio fez o golo de honra da equipa de Argibay.

9 de setembro de 1998 Já com Fernando Santos no banco de suplentes, o FC Porto vence a Supertaça. Numa final a duas mãos, o melhor que o Sp. Braga de Vítor Oliveira conseguiu foi um empate em casa (1-1), depois da derrota nas Antas (1-0).

18 de maio de 2011 Dublin assistiu a uma final da Liga Europa à portuguesa. 11 contra 11 e no final vence… o FC Porto. Radamel Falcao resolveu (1-0). Domingos Paciência caiu de pé, assim como os minhotos. Já Villas-Boas festejou uma época de sonho (só não venceu a Taça da Liga).

13 de abril de 2013 Hoje de dragão ao peito, José Peseiro levou na altura a Taça da Liga para Braga, graças a um golo de Alan (1-0). Um troféu muito celebrado, já que os minhotos não venciam uma prova nacional desde 1966.

hugo.alegre@ionline.pt