Lisboa, Paris e outras capitais europeias. A guerra entre taxistas e a Uber não pára, com queixas em tribunais e governos incapazes de resolver um problema de concorrência. No meio da guerra estão os consumidores, que muitas vezes sofrem na pela as consequências de acões selvagens contra um serviço que está presente em todo o mundo e que as corporações de taxiatas não conseguem parar.
Ontem aconteceu mais um incidente em Lisboa. Uma queixa de um taxista contra um motorista de um carro da Uber acabou por resultar numa manifestação espontânea em pleno aeroporto da Portela. Esta ação levada a cabo pelos industriais do setor eclodiu após uma denúncia de um transporte da Uber feita por um dos motoristas de táxi presentes no aeroporto. As autoridades chegaram ao local e identificaram e multaram o motorista de táxi por ter bloqueado o carro do motorista da Uber. Eduardo Cacais, da Federação Portuguesa de Táxis, referiu ontem ao “Notícias ao Minuto” que os “táxis estão todos parados” no aeroporto da Portela e que não se demovem “enquanto não houver uma resposta por parte do poder político”, mantendo a manifestação “de forma correta e sem causar distúrbios”, ainda que lamentando os incómodos causados aos passageiros.
Situação explosiva O representante indicou, ainda, que os presidentes quer da FPT quer da ANTRAL estiveram reunidos com a administração da ANA – Aeroportos de Lisboa para discutir o assunto e para “os sensibilizar”. De seguida, os representantes da FPT foram em direção à Assembleia da República na esperança de terem uma resposta no sentido de ver essa situação resolvida. Eduardo Cacais adiantou que esta situação “é um barril de pólvora” pois “os motoristas de táxi e os grupos de trabalho pertencentes à Federação e à própria ANTRAL têm lutado contra esta situação discriminatória de, inclusivamente algumas pessoas com responsabilidades políticas, dizerem que a concorrência é saudável”.
“A concorrência não é saudável se uns têm que pagar tudo e mais alguma coisa e outros não pagam nada”, vinca o delegado. Queixando-se de que “toda a gente se mostra sensível ao assunto” mas que até hoje “não foi encontrada nenhuma solução”, Eduardo Cacais explica que “dá a sensação que o crime compensa”, uma vez que os motoristas de Uber continuam a atuar.
Tempos modernos A Uber está disponível para “colaborar com os operadores do setor e com os legisladores para que seja criado um enquadramento regulatório mais simples, mais transparente e mais adequado aos tempos modernos”, tem repetido o diretor-geral da aplicação em Portugal, frisando que é um diálogo em que esperam poder participar no futuro e admitindo que “a tecnologia pode melhorar o setor como um todo”. “É importante chegar a um entendimento no que diz respeito a aplicação da tecnologia no setor da mobilidade”.
O responsável da aplicação Uber, Rui Bento, esclareceu que “todos os parceiros da Uber em Portugal são parceiros licenciados e que operam dentro da regulação em vigor”, referindo que até ao momento nunca foram alvo de multas ou coimas em Portugal.esde julho de 2014 que a Uber opera em Portugal, nas cidades de Lisboa e Porto, registando “um crescimento muito interessante do número de utilizadores e da própria utilização da Uber”, revelou Rui Bento