No pedido de recusa da juíza Joana Ferrer Andrade, entregue ontem pela defesa de Bárbara Guimarães, o advogado Pedro Reis considera que “a conduta” da juíza “criou uma desconfiança generalizada” sobre a sua “imparcialidade” para conduzir o julgamento.
Ao i, Pedro Reis refere que “o que se passou na primeira sessão de julgamento”, há uma semana, levou a que a defesa passasse a ter “sérios motivos para duvidar” da imparcialidade da juíza. Joana Ferrer Andrade “censurou” Bárbara Guimarães pelo tempo que levou a apresentar queixa por, alegadamente, ter sido vítima de violência doméstica.
A juíza também foi alvo de críticas por ter adotado um tratamento diferenciado entre Bárbara Guimarães, a “Bárbara”, e Manuel Maria Carrilho, o “professor”, quando se referia a um e a outro dos envolvidos neste processo.
Depois de, já na terça-feira, o Ministério Público ter também apresentado um incidente de escusa, Ferrer Andrade terá cinco dias para se pronunciar, e o Tribunal da Relação outros 30 para tomar uma decisão. A julgar pelo que aconteceu em outubro, quando Carrilho pediu o afastamento da primeira juíza designada para o processo, só no verão serão retomadas as sessões do julgamento.
Declarações investigadas Entretanto, no âmbito do processo de regulação do poder paternal dos filhos do casal, a procuradora-geral da República enviou para o Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa e para a Entidade Reguladora para a Comunicação os artigos em que são publicados excertos do testemunho que o filho do casal prestou em tribunal.
“Face à relevância criminal dos factos”, Joana Marques Vidal “ordenou a remessa de cópias dos artigos publicados ao DIAP de Lisboa”, refere a PGR. Entre outros dados, o menor, de 12 anos, terá requerido que lhe fosse atribuído um representante legal, levando o advogado de Carrilho a fazer um requerimento à juíza do Tribunal de Família e Menores de Lisboa nesse sentido.