O mercado liberalizado da eletricidade já contava com cerca de 4,3 milhões de clientes em dezembro. Este valor representa um crescimento líquido de cerca de 56 mil clientes face ao mês de novembro, ou seja, uma subida de 1,3%, e atualmente o mercado livre já representa 89% do consumo total, revelam os dados divulgados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). O mercado regulado conta ainda com 1,7 milhões de clientes sujeitos às tarifas transitórias.
De acordo com a entidade, desde dezembro de 2014, o número de consumidores no mercado livre cresceu 23%, a uma taxa média mensal de 1,7%.
Em termos de segmentos, praticamente a totalidade dos consumos de grandes consumidores está já no mercado livre. No segmento dos consumidores domésticos, o consumo em mercado livre está nos 76% do total (cerca de 62% em dezembro de 2014), com um crescimento sustentado desde o final de 2012.
EDP mantém liderança A EDP Comercial manteve a sua posição como o principal operador no mercado livre em número de clientes (85% do total de clientes) e em consumos (cerca de 43% dos fornecimentos no mercado livre). Em relação a novembro, a sua quota aumentou ligeiramente em número de clientes (0,1 pontos percentuais), mas diminuiu em termos de consumo (0,8 pontos percentuais).
Ainda esta semana, a elétrica portuguesa revelou que quer atingir, em 2016, a meta de quatro milhões de clientes no setor elétrico (mais 8% do que em 2015) e 600 mil na área do gás natural, apostando assim na consolidação da sua carteira de clientes.
Em relação a número de clientes, não houve alteração de quotas de mercado: a Goldenergy (1,4%), a GN Fenosa (1,0%) e a Ylce (0,2%), bem como os comercializadores agrupados na rubrica “Outros” (0,4%), viram as suas quotas manter-se. A Galp (6,1%) viu a sua quota reduzir-se ligeiramente em 0,1 p.p., tal como a Endesa (4,0%), tendo a Iberdrola (2,1%) subido na mesma proporção.
Já no segmento de grandes consumidores, a Endesa perdeu a sua posição de líder de segmento (23,3%), ao reduzir a sua quota em 3,3 p.p., perdendo assim a posição cimeira como fornecedor dos grandes clientes para a Iberdrola, que subiu 6,1 p.p., detendo agora 25,6% do consumo abastecido neste segmento.
A EDP Comercial (19,8%) reduziu a quota em 2,6 p.p. A GN Fenosa (9,0%) e a Fortia (14%), viram também as suas quotas descer em 0,1 p.p. A Galp (7,0%), inversamente, subiu a sua quota na mesma proporção. A Axpo (0,5%) e o conjunto de comercializadores agrupados na rubrica “Outros” (0,2%) mantiveram as suas quotas.
Recorde-se que os consumidores que ainda estão no mercado regulado de luz poderão fazer a transição para o mercado livre até 31 de dezembro de 2017, uma vez que até essa data podem beneficiar de um período transitório. A ERSE lembra ainda que não existe um número máximo de mudanças de comercializador que cada consumidor pode fazer.
