Underground Pharma. PJ pôs fim a seis redes de fabrico e comércio de esteróides

Underground Pharma. PJ pôs fim a seis redes de fabrico e comércio de esteróides


Operação Underground Pharma estava em marcha desde 2012. Foram constituídos 20 arguidos e realizadas 34 buscas por suspeitas de corrupção de substâncias medicinais e tráfico de substâncias proibidas.


A Polícia Judiciária desmantelou nos últimos meses seis redes ilegais de fabrico e venda de esteroides que operavam em Portugal e tinham estreitas ligações com Espanha. Na operação “Underground Pharma”, que contou com a colaboração da Guardia Civil, foram constituídas arguidas vinte pessoas desde 2012, altura em que a investigação teve início. O inquérito é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação_Penal (DIAP) de Lisboa e em causa estão suspeitas dos crimes de corrupção de substâncias medicinais e tráfico de substâncias proibidas.

Segundo fonte oficial da PJ, “a investigação, que se desenvolveu por todo o território nacional e que incluiu a realização de trinta e quatro buscas e a constituição de [duas dezenas] arguidos, permitiu identificar e fazer cessar a atividade de seis redes de fabrico e comercialização de esteroides anabolizantes, retirando-se do circuito instrumentos, maquinaria e medicamentos”.

Dados os fortes indícios de corrupção de substâncias medicinais e tráfico de substâncias proibidas, os investigadores propuseram, no relatório final de investigação, que seja deduzida acusação. Cabe agora ao Ministério Público decidir se acusa ou arquiva o caso.

750 mil comprimidos Durante todos estes meses, a Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária apreendeu em território nacional 750 mil comprimidos e 50 mil ampolas que estavam prestes a entrar no mercado. Além disso, confiscaram diversas máquinas de produção de medicamentos e aparelhos que se destinavam ao embalamento e etiquetagem dos produtos.

Foi também apreendida matéria-prima para produção dos esteróides anabolizantes. Segundo o comunicado enviado ontem às redações, nas buscas realizadas os investigadores encontraram “testosterona, óleos e excipientes, além de frascos de vidro e plástico, cartonagens, bulas, hologramas e fórmulas de fabricação”. A Polícia Judiciária – órgão de polícia criminal que coadjuvou o MP_nesta investigação – avança que “a isto acrescem medicamentos contrafeitos adquiridos em mercado paralelo”.

Devido à forte relação dos esquemas detetados em Portugal com o país vizinho, “a investigação foi desenvolvida em articulação e cooperação com as autoridades espanholas, através da Guardia Civil”.

Naquele país foi também aberto um inquérito pelo Ministério Público – a Operação_Escudo –, no âmbito do qual foram detidos mais de cinquenta suspeitos.

Além da cooperação com as autoridades daquele país, a Polícia Judiciária contou ainda com a colaboração da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) e da Autoridade Antidopagem de Portugal (Adop).

carlos.santos@ionline.pt