“Vai ser um banho de sangue na Carolina do Sul”, disse ao “Politico” um membro da equipa de Marco Rubio após se conhecerem os resultados. Referia-se à luta com John Kasich e Jeb Bush, dois moderados que o ultrapassaram no Iowa de forma a puderem agora disputar os apoios públicos e o financiamento dos grandes barões republicanos assustados com o sucesso do radicalismo de Donald Trump.
No discurso que fez após o fecho das urnas, Rubio reconheceu o fracasso: “A nossa desilusão não é com vocês, é comigo. É comigo. Sei que não estive bem no sábado à noite, por isso ouçam isto: não vai voltar a acontecer”, disse o senador da Florida que no último debate em New Hampshire foi humilhado pelo governador Chris Christie, devido aos seus “soundbytes de 30 segundos que em nada ajudarão os Estados Unidos”.
E se Rubio havia saltado de quinto para segundo nos inquéritos de New Hampshire após a surpreendente terceira posição no Iowa, agora é de esperar que os próximos dias tragam o efeito oposto nas intenções de voto para as próximas primárias. E aí os grandes beneficiados podem ser John Kasich, que ontem conseguiu o segundo lugar atrás de Trump e Jeb Bush, que após a desilusão do Iowa começa a colher os frutos de ser o candidato que mais dinheiro tem para investir na campanha.
Já no campo democrata, Hillary Clinton não conseguiu repetir a proeza de 2008, quando venceu em New Hampshire apesar das sondagens darem todo o favoritismo de então a Barack Obama. Os detalhes da expressiva derrota (60% para Sanders, 38,4% para Clinton) devem fazer soar o alarme numa campanha que se adivinhava um passeio rumo às presidenciais: o autodenominado “democrata socialista” bateu a rival em todos os grupos de eleitores, incluindo, notavelmente, entre as mulheres.